Por Ricardo Antunes
O executivo Mariano Marcondes Ferraz, representante da empresa Decal do Brasil, acusado pela prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal (MPF-PR) em Curitiba, pode ser outra ponta do iceberg das investigações feitas pela força tarefa da lava jato em Pernambuco e que deve ter seus desdobramentos nos próximos meses. A apreensão, entre empresários e políticos tem crescido, segundo o blog apurou junto a uma fonte de Brasília. Até porque não existe apenas uma investigação e, sim, várias delas que vão fisgar peixes graúdos que se meteram no esquema de desvios de recursos públicos no estado. “Vamos ter surpresas”, completou ao blog um procurador que participa das investigações, que segundo ele, estão bem adiantadas.
Ferraz foi denunciado pagamento de vantagens indevidas, no valor total de US$868.450,00, para obter a renovação do contrato firmado entre a Decal do Brasil e a Petrobras, no Porto de Suape, em Pernambuco.Em 2006, a Petrobras contratou a Decal do Brasil para a prestação de serviços de armazenagem e acostagem de navios no Porto de Suape (PE), com prazo de duração de cinco anos
Ao final do contrato, segundo o MPF, havia resistência da estatal em realizar nova contratação da empresa, que insistia em renovar o contrato com preços majorados. Para resolver a situação a favor da Decal do Brasil, Mariano Marcondes Ferraz ajustou o pagamento de propina com Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento da estatal petrolífera.
Cumprindo o que ficou ajustado na negociação ilícita, Mariano Ferraz, ainda no ano de 2011, antes mesmo da renovação do contrato entre a Decal do Brasil e a Petrobras, iniciou o pagamento das vantagens indevidas a Paulo Roberto Costa. Para ocultar a origem e movimentação criminosa do dinheiro, os valores foram pagos por meio de três repasses ao então diretor da estatal em contaoffshore no exterior, caracterizando o crime de lavagem de dinheiro.
Em 2011, foram pagos US$ 439.150,00, que correspondem a aproximadamente 50% da propina ajustada. Em virtude do adiantamento da propina, em 1.º de maio de 2012 foi renovado o contrato entre a Petrobras e a Decal do Brasil, para prestação de serviços de armazenagem e movimento de granéis líquidos no Porto de Suape, com validade de mais cinco anos. O pagamento dorestante do valor da propina foi efetuado entre agosto de 2012 e fevereiro de 2014, também por meio de lavagem de dinheiro,mediante cinco depósitos que totalizaram US$ 433.300,00.
Os pagamentos foram feitos a partir das contas Tik Trading, Firmainvest e Firma Par, mantidas no exterior por Mariano Ferraz, para a conta da offshore Ost Invest e Finance Inc (OST INVEST), mantida por parentes de Paulo Roberto Costa no Banco Lombard Odier, sediado em Genebra, Suíça







