Da Redação do Blog — O Governo Federal acredita que o Brasil atingirá em abril ainda uma média superior a 2 mil mortes diárias por conta da Covid-19.
Segundo o Palácio do Planalto, as “seis semanas turbulentas” serão marcadas por colapso simultâneo nos sistemas de saúde de diversos Estados. A informação é do Valor.
Em conversas com a equipe do Ministério da Saúde, a avaliação é que na maior parte dos dias a cifra deve oscilar entre 2.200 e 2.600 mortes. Porém, técnicos e parte da cúpula da pasta admitem a possibilidade de o pico chegar a 3 mil mortes diárias, segundo revelado pelo Valor.
Hoje, morreram 2.233 pessoas por conta da covid-19 no país, segundo o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). A avaliação no Planalto é que o presidente Jair Bolsonaro voltou a “perder a narrativa” da pandemia.
Inicialmente, havia conseguido colar nos governadores a pecha de haverem gerido mal os recursos federais enviados para o combate à pandemia. Com base nessa percepção, Bolsonaro vem insistindo nesse tema hoje voltou a criticar os governadores por adotarem medidas ainda mais restritivas a fim de evitar a proliferação do vírus.

Porém, apesar da insistência do presidente no assunto, a avaliação é que ele “perdeu a briga” sobre a eficiência do tratamento precoce, que não tem comprovação científica.
O discurso ontem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou os temores no entorno de Bolsonaro quanto à sua responsabilização pela tragédia e acendeu alertas quanto à possibilidade de reeleição.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o recém-empossado secretário especial de Comunicação Social, almirante Flávio Rocha, trabalham para tentar melhorar a imagem do presidente. Foi deles a ideia de que Bolsonaro aparecesse de máscara ontem em uma solenidade no Planalto, horas após a fala de Lula.
Uma fonte militar afirma que Bolsonaro não tinha até ontem adversário, e passou a ter com a anulação das condenações contra o petista. A reeleição de Bolsonaro, que parecia assegurada pela falta de um rival à altura, pode estar ameaçada a depender das costuras feitas por Lula até a eleição, do andamento da pandemia, da retomada da economia.







