Com informações da Assessoria de Imprensa — Já imaginou ir a um museu e poder levar alguma peça para casa? No Museu do Homem do Nordeste (Muhne) isso é possível. Dedicado aos artesãos e artistas populares, o Espaço Janete Costa Arte e Cultura ocupa o hall principal do equipamento e exibe uma infinidade de peças que podem ser adquiridas pelo público a preços acessíveis e justos para quem as produz.
Para viabilizar o credenciamento de entidades representativas, artesãos individuais e micro empreendedores interessados em comercializar seus trabalhos nesse espaço, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) publicou um edital para o processo de seleção, válido até 1º de abril de 2022. As inscrições devem ser realizadas sempre nos primeiros 10 dias do mês, das 8h30 às 12h. Link para o Edital.
Entidades representativas, artesãos individuais e microempreendedores podem se inscrever para credenciar seus trabalhos. As peças devem apresentar características culturais da arquitetura, fauna, flora e/ou manifestações e tradições culturais que fazem parte da história e identidade do Nordeste.

“A iniciativa é pautada na missão institucional de atender a demandas e necessidades relacionadas à educação e cultura, compreendidas de forma interdependente, com vistas ao desenvolvimento justo e sustentável da sociedade brasileira.
Nesse sentido, a valorização da cultura e da identidade da Região Nordeste, por meio do estímulo às atividades da produção do artesanato vem colaborar com o cumprimento desses objetivos”, explica o coordenador de Exposições do Muhne, Antônio Montenegro.
O credenciamento dos artesãos e entidades de artesanato é uma forma de difundir, estimular e valorizar a cultura do Nordeste, principal finalidade do Museu. As inscrições podem ser realizadas presencialmente no Museu do Homem do Nordeste, via postal, devendo a data da postagem estar dentro do período de inscrição ou via e-mail artesao.museu@fundaj.gov.br e artesao.museu@fundaj.gov.br.
No edital estão os critérios para a participação e detalhes como as tipologias artesanais, a exemplo de argila, fibras vegetais, tecidos, couros, madeira, sementes e até materiais sintéticos. “Tudo o que colocamos naquele espaço passa por um crivo e curadoria de qualidade e originalidade”.

O Nordeste é de criatividade extraordinária e, por isso, primamos por esta efervescência cultural”, aponta a antropóloga e museóloga do Muhne, Ciema Mello, que destaca a facilidade para a inscrição.
Considerado um dos artistas populares mais originais e inventivos do Brasil, o igarassuense Mestre Cunha ocupa museus e galerias de todo o País. No início de sua carreira, suas produções estiveram disponíveis para o público no Espaço Janete Costa. Outro nome que figura na prateleiras da lojinha é o do olindense Mestre Nado, que encanta todos com suas ocarinas, raco-raco, bum d’água, dentre tantos outros.
Os instrumentos moldados em argila já apareceram em shows de nomes como Milton Nascimento e Ney Matogrosso, e ainda hoje podem ser adquiridos no espaço.
Para Ciema Mello, “museu” é por si só uma palavra e local de legitimação. “O Muhne tem muito orgulho do seu capital social. Ou seja, nossos parceiros, amigos e colaboradores. Os artistas e artesãos compõem uma parcela privilegiada e o fato deles ocuparem uma plataforma de visibilidade em nosso espaço é algo essencial”, assegura a museóloga.
“O Nordeste é um celeiro de talentos em todos os aspectos, mas nas artes plásticas é algo extraordinário. Nosso objetivo não é mostrar apenas o trabalho daqueles que são consagrados, mas também dos menores.”

Desafios e estratégias
Em tempos de crise socioeconômica e sanitária, a iniciativa propõe alternativas para um dos setores mais prejudicados: o cultural. Ciema Mello demonstra preocupação com os produtores locais.
“A arte popular está em ascensão e não está absolutamente estagnada. No entanto, neste período, as pessoas estão retraídas. Eles produzem para escoar sua arte no evento e ainda hoje se mantêm sem garantias e respostas. Afinal, sabemos da dificuldade de muitos para sobreviver de arte”, reflete.
“São tempos desertos, sombrios, doloridos. Mas, apesar das dificuldades, olhamos para esta iniciativa como uma festa. O Museu está fazendo o melhor que pode para se manter presente e em interlocução”, conclui.




