Um orçamento secreto bilionário do Governo Federal banca trator superfaturado em troca de apoio no Congresso. A revelação feita, ontem, pelo O Estado de São Paulo é a nova dor de cabeça para o governo Bolsonaro.
Com o uso de R$ 3 bilhões em verbas do Orçamento Federal de 2020 para contemplar ações patrocinadas por um grupo de parlamentares aliados sem a devida transparência, está sendo comparado por especialistas ao escândalo dos “Anões do Orçamento” que no início dos anos 1990 culminou na instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
No final, ela resultou no afastamento de seis congressistas. Outros quatro renunciaram ao mandato antes da conclusão das investigações.
“Vejo semelhança no debate atual com o escândalo denunciado em 1993 e 1994 na CPI dos Anões do Orçamento”, afirma a professora Élida Graziane Pinto, procuradora do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo.
Crítica dos “dribles” para turbinar os recursos de emendas parlamentares, ela afirma que o resultado tem sido a menor transparência na destinação dos recursos do governo.
Resumindo: É mais uma semana tensa para o governo que tem ainda que proteger seus aliados que irão depor na CPI da Covid-19.
RESPONSÁVEIS
Segundo o jornal, o Ministério do Desenvolvimento Regional reconheceu em documento que foram os parlamentares, e não a pasta, que definiu a aplicação de R$ 3 bilhões em verbas. Os ofícios com a indicações dos gastos partiram de 37 deputados e cinco senadores, entre eles o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a hoje ministra Flávia Arruda (PL-DF), o ex-líder do governo na Câmara, Vítor Hugo (PSL-GO), e o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP).

DISPUTA
A ampliação da base aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode criar um cenário de palanques duplos e até triplos em seu apoio nos estados na eleição do próximo ano.
CENTRÃO X BOLSONARISMO
De um lado, o chamado bolsonarismo raiz –aquele que ascendeu junto com ele em 2018– briga para manter o seu protagonismo junto ao presidente e busca voos mais altos em 2022. De outro, novos aliados de Bolsonaro, sobretudo do centrão, também miram governos estaduais.
LUTO
O escritor e poeta espanhol José Manuel Caballero Bonald, vencedor do Prêmio Cervantes, morreu neste domingo, 9, aos 94 anos, anunciou o instituto que concede esse prêmio literário. O Prêmio Cervantes – considerado o Prêmio Nobel da literatura de língua espanhola – por sua vasta obra marcada pela poesia, mas também por romances e ensaios. Com um enorme corpo literário atrás de si, foi autor de obras como Las adivinaciones (1952), Manual de infractores (2005) e Entreguerras (2012), entre muitos títulos.

ESTRATÉGIA
Se Jair Bolsonaro é uma versão tropical de Donald Trump, então a derrota do presidente brasileiro na próxima eleição passa por encontrar (ou construir) um equivalente de Joe Biden no Brasil. O raciocínio passou a nortear políticos e estrategistas que discutem a formatação de candidaturas para 2022.
NOVO BIDEN
Na fila para ser o Biden brasileiro aparecem hoje: Lula (PT), que deve ser candidato se mantiver seus direitos políticos; Tasso Jereissati (PSDB), que ainda é dúvida no jogo eleitoral; Rodrigo Pacheco (DEM), que diz recusar a candidatura; e Michel Temer (MDB), que não chega a ser nem balão de ensaio.
ENTRE AS ESTRELAS
A próxima missão de astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS) vai levar uma cópia da “Divina Comédia”, obra-prima do poeta italiano Dante Alighieri, para ser liberada no Espaço. Chamado “Dante entre as Estrelas”, o projeto prevê o envio de um volume da “Divina Comédia” feito em titânio e ouro, os únicos materiais capazes de resistir no Espaço aberto. O livro flutuará no universo como um testemunho da vida e da cultura na Terra.

REJEIÇÃO
Alavancado pela vacina, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) aposta em agenda positiva e estilo informal para romper rejeição e e viabilizar como candidato em 2022.
MARKETING
A exploração da vacina, considerada maior ativo eleitoral de Doria, será mantida como prioridade no marketing do tucano —a ideia é somar a isso outras vitrines e atacar a rejeição ao governador que aparece em pesquisas internas e externas.
BOA NOTÍCIA
O Ministério da Saúde informou neste domingo (9) que distribuirá a partir desta segunda-feira (10) 1,1 milhão de doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Pfizer. As doses fazem parte de um contrato que prevê, ao todo, 100 milhões de imunizantes.
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