Por Ricardo Antunes
O que um ex-presidente da República queria com um ex-diretor da Petrobrás? E num hangar em Congonhas? Para Duque, Lula foi pedir para anular provas. Mas Lula disse que só queria saber se era verdade que o ex-direto, indicado pelo seu partido, tinha contas milionárias no exterior. Ficou claro que, como não poderia negar o encontro, Lula tentou “dourar” a verdade. Adivinha com qual versão a Justiça vai acreditar?
Disse também que não tinha qualquer influência sobre o PT o que afronta a inteligência de todo mundo e sobre o Triplex jogou tudo no colo de dona Marisa que já faleceu. O ex-presidente ficou estressado quando um procurador insistiu se ele sabia das propinas do ex-secretário do PT. João Vaccari. ” Não interessa se eu perguntei mas se o senhor quer uma resposta eu respondo: eu perguntei e ele não respondeu”, disse Lula.
“O senhor disse que pretendia mandar prender os agentes públicos pelas mentiras que eles contam como disse na semana passada?, perguntou Moro. “Como é que eu sei se estou vivo amanhã doutor? foi uma força de expressão?”, amarelou o ex-presidente.
Outra contradição foi sobre o tesoureiro do PT. Inicialmente, Lula diz que procurou Vaccari porque sabia que os dois mantinham uma relação de amizade. “Por que o Vaccari tinha mais relação de amizade com ele do que eu, que não tinha nenhuma”, disse Lula. Moro então o perguntou e ele sabia se Vaccari e Duque eram amigos. “O senhor tinha conhecimento da relação de amizade entre os dois?”, indagou o juiz.
“Não sei se era relação de amizade. Liguei para o Vaccari e falei: ‘Vaccari, você tem como pedir para o Duque pedir uma reunião aqui?’ [Ele] Falou: ‘Tenho’. E levou o Duque lá”, disse Lula. Em dado momento, Zanin disse que as perguntas de Moro eram “cansativas”. O juiz manteve-se impassível. O desespero não é dele e sim do outro lado.







