Por Ricardo Antunes
O “furo” desse blog pela manhã informando a “invasão” de hacker no sistema interno do Tribunal de Justiça de Pernambuco causou repercussão nas redes sociais e no judiciário mas recebeu de pronto uma nota da assessoria negando o “ataque”. O blog reproduz a nota enviada mas mantém as informações publicadas que foi “checada” com fontes do próprio tribunal. Na tarde desta sexta-feira (12), hackers invadiram também os computadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), durante um ataque a diversas instituições do Brasil. A informação foi divulgada, inclusive pelo Jota um dos maiores portais sobre o judiciário do Brasil. Qual motivo de no Recife ter sido diferente? não tem o menor sentido.
Na tela dos computadores, servidores de ambas as instituições se depararam com pedidos de resgate de US$ 300 por máquina afetada. Os prazos foram suspensos indefinidamente até que seja retomada a regularidade dos trabalhos. O mesmo também ocorreu por aqui, tanto é que uma nota no próprio site do tribunal confirma que todos os computadores foram desligados e sofreram uma varredura geral.
Os ataques aos computadores do TJ-SP e do MP-SP estão ligados à onda de invasões que ocorreram no dia de hoje em mais de doze países. Os computadores tiveram seus dados remotamente criptografados e só serão liberados mediante resgate. Os hackers se aproveitaram de uma falha reportada no vazamento de informações de uma agência americana há alguns meses atrás.
Foram utilizados “ransomwares”, modalidade de vírus de computador que causa perda de dados e recuperação mediante um resgate. Os dados são criptografados com um sistema de alta complexidade, que torna sua recuperação praticamente impossível. Somente com o pagamento do resgate, a chave criptográfica é fornecida e os dados podem ser recuperados.
Ao contrário do TJ-SP, no entanto, o TJPE preferiu não causar “tumulto” com a informação que mais tarde seria descoberta pelo blog. Veja a nota oficial do tribunal:
“O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), em razão de matéria publicada em blog na manhã desta segunda-feira (15/5), reforça posicionamento divulgado durante o fim de semana no site do Poder Judiciário estadual:
Devido a ataque cibernético em escala global, na sexta-feira (12/5), a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic) do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) iniciou varredura nos dois datacenters no mesmo dia do corrido. A ação preventiva foi estendida ao parque de máquinas do Judiciário pernambucano composto por cerca de 8 mil pontos.
Nesta segunda-feira (15/5), todos os computadores utilizados pelos colaboradores do Judiciário estadual passam por avaliação técnica remota. Essa ação tem respaldo nas orientações de especialistas em Segurança da Informação seguidas por empresas e órgãos públicos nacionais e internacionais.
São inverídicas as afirmações de que os sistemas de informação do TJPE foram atacados por hackers e que o Tribunal vem sofrendo ameaças de chantagem. O acesso ao Processo Judicial eletrônico (PJe) funciona, bem como as audiências estão mantidas. Não há quaisquer danos aos dados dos processos que tramitam no Poder Judiciário de Pernambuco. O site www.tjpe.jus.br permite o acesso às informações.
O Tribunal reforça seu papel diante da população e trabalha com a divulgação de informações de forma responsável e ética. A Assessoria de Comunicação Social (Ascom TJPE) coloca-se, como sempre, à disposição para atender às demandas solicitadas pelos jornalistas.”.
Nota do Editor:
1) A informação antecipada pelo blog jamais disse que o sistema externo do tribunal não estava funcionando.
2) Também não disse que audiências foram canceladas e sim que o sistema interno foi atacado como na maioria das instituições e empresas privadas do Brasil
3) Se o ataque mundial afetou computadores do maior tribunal de justiça do país, porque somente em Pernambuco seria diferente? o próprio site do tribunal, já na sexta, avisava que iria tomar as providencias e que o sistema voltaria quando estive em perfeita “segurança”. O que só confirma a informação.
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