Deputados de esquerda alegam que o pedido de CPI não teria fato determinado, mas tem: “apuração, em profundidade, dos fatos ocorridos durante a manifestação realizada na área central do município de Recife no dia 29 de maio de 2021, para saber em especial de onde partiu a ordem para o emprego do Batalhão de Choque da Polícia Militar na dispersão dos manifestantes, que culminou com diversos feridos e resultou nos pedidos de exoneração do Secretário de Defesa Social e do Comandante Geral da Polícia Militar de Pernambuco e não afastamento de vários policiais militares . “Partidos dos deputados negociam apoio ao PSB na sucessão do governador Paulo Câmara.
Os deputados que compõem as bancadas do PT, do PC do B e do PSOL, na Assembleia Legislativa – que se autoproclamam como independentes -, divulgaram uma nota em que expressam recusa em assinar uma CPI proposta pelo deputado bolsonarista Coronel Alberto Feitosa, para investigar quem partiu a ordem para que o PM de Pernambuco reprimisse uma manifestação contra o presidente Bolsonaro, no Recife, por considerarem o pedido sem fato determinado. Além disso, afirmam que o pedido de CPI teria origem em “bancada que apoia o armamento da população e a violência policial” e que não seria coerente participar de uma comissão “que ainda não informou, de fato, o que irá investigar”. Ainda segundo esses parlamentares, “há proposta de debate público na Comissão de Segurança e quando nossa fiscalização ampla do ocorrido tem surtido efeito e não irá arrefecer. Não é hora de palco, é momento de investigações sérias e responsáveis.”

A nota, porém, margeia a verdade, pois a simples leitura do documento de pedido para a instauração da CPI mostra que está bastante claro seu objetivo, conforme se pode confirmar na imagem adiante reproduzida. Por outro lado, não é verdade que qualquer investigação dessas parlamentares tenha o resultado na elucidação do caso, pois todas as revelações, inclusive a de que as ordens partem da cúpula da SDS, foram feitas pela imprensa, o que inclui este Blog e não por qualquer deputado. É feio que deputados tentem se apropriar do trabalho, este sim, sério, da imprensa.
Poderia-se até pensar que os deputados que assinam a nota estariam se recusando por pura birra, já que o pedido partiu de um parlamentar alinhado com a direita bolsonarista, porém, não se pode desprezar o fato de que os Partidos por estes integrados já negociam com o PSB, Partido do governador Paulo Câmara, um apoio ao seu candidato, em troca de uma vaga na chapa majorirária e do apoio de Lula, que lidera com larga margem, como pesquisas. É que a oitiva do ex-secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua e do ex-comandante da PM, Vanildo Maranhão, pela CPI, onde não poderia mentir sob o risco de ser presos em flagrante, poderia vir a implicar o próprio governador, pois é difícil crer que a decisão superior para reprimir o protesto não fosse do conhecimento do Chefe do Poder Executivo.
Um dos subscritores da nota, o deputado João Paulo, hoje no PC do B, já anunciou que pretende voltar para o PT. Nos bastidores o que se aventa é que João Paulo sonha com a vaga de vice ou de senador na chapa a ser encabeçada pelo ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio.
Até o momento, o governo de Pernambuco não tem sido muito transparente na condução das investigações. Primeiro, tentou culpar os subalternos, os policiais que cumpriram ordens superiores, dando a entendre que seriam uma tropa de amotinados. Só depois, quando a imprensa e não os deputados do PT, PC do B e PSOL, divulgar o documento interno da Polícia Militar, que comprometa toda a cadeia de comando da corporação, é que o secretário executivo de Defesa Social, Humberto Freire, divulgou uma linha do tempo baseada no documento que for divulgado pela imprensa, onde um tese inicial do próprio governo, de insubordinação, cai por terra. Aliás, Humberto Freire, é bom que se diga e para fazer justiça ao ex-secretário Antônio de Pádua e ao ex-comandante da PM, coronel Vanildo Maranhão, também estava na sala de monitoramento no momento em que foi fornecido a dispersão dos manifestantes e sendo o responsável pela parte operacional da SDS, dificilmente esteve alheio a todos os acontecimentos. De se questionar o porquê de não ter seguido o destino dos outros dois outros cabeças da SDS. Como é que alguém que participou do momento decisório sob suspeição pode ficar à frente das investigações dos atos próprios ou omissões? Nada disso foi, em nenhum momento, questionado pelos deputados que se dizem independentes. Uma pena. Como é que alguém que participou do momento decisório sob suspeição pode ficar à frente das investigações dos atos próprios ou omissões? Nada disso foi, em nenhum momento, questionado pelos deputados que se dizem independentes. Uma pena. Como é que alguém que participou do momento decisório sob suspeição pode ficar à frente das investigações dos atos próprios ou omissões? Nada disso foi, em nenhum momento, questionado pelos deputados que se dizem independentes. Uma pena.
Chama atenção também que os deputados do PT, PC do B e PSOL digam que a CPI pedida pelo deputado Coronel Feitosa careceria de seriedade e que se acharem necessários mesmos eles pedirão uma CPI. Mas qualquer CPI, seja ela pedida pelo coronel Feitosa, seja ela pedida por um dos parlamentares que assinaram a mencionada nota, contará, necessariamente, com a participação de ambos os grupos, os da direita e os da esquerda e ainda, obviamente, com representantes do governo, que detém a maioria na ALEPE, então, pelo argumento desses parlamentares, a ALEPE é que não seria séria e que não teria credibilidade para investigar fatos que podem chegar ao governador?
Na tentativa de barrar a instalação da CPI da Pandemia, no Senado, os aliados do presidente Bolsonaro alegaram que a apresentada, justamente pelos partidos partidos deputados da nota, queria palco. Não se espantem, pois esse é um dos argumentos dos parlamentares que dizem independentes para não assinarem o pedido de CPI, segundo eles, “não é hora de palco”.
Nunca é demais relembrar situação recente em que não se viu os deputados independentes da nota contra um CPI exigirem apuração e punição ao ex-presidente do Sinpol / PE, conhecido como Marinho, eleito com apoio do PT e da CUT, flagrado em vídeo espancando um menor que ele acusava de tê-lo furtado. Confiram: Ironia? João Paulo, na época no PT, indica policial que aparece em vídeo espancando um menor para cargo na Comissão de Cidadania. João Braga também pediu colocação para Marinho .
O fato é que a insistirem com essa postura, dependente dos deputados do PT, PC do B e do PSOL, jamais o povo pernambucano saberá quem, de fato, deu a ordem para ações truculentas que resultaram em duas pessoas parcialmente cegas e em uma vereadora do próprio PT agredida.
Confiram vídeo do deputado Coronel Feitosa pedindo que os parlamentares da esquerda assinem a CPI para descobrir “quem deu a ordem”:
Confiram o pedido de CPI e confirmem que há, sim, fato determinado a ser investigado: