Por Ricardo Antunes
Os principais pontos no processo delação premiada do Grupo JBS deixaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) em sua posição mais vulnerável desde o inicio da Operação Lava Jato. Além das críticas diretas dos aliados do presidente Michel Temer (PMDB), nos bastidores do STF e entre a maioria dos advogados, o sentimento é de que “alguma coisa” ficou “mal contada”.
O excesso de benefício dos delatores não foi bem recebido, também pela opinião pública. O empresário Joesley Batista não chegou a ser preso, pagou uma multa irrisória (R$ 240 milhões), especulou com a alta do dólar ganhando muita grana e, se dizendo com medo de ser morto teve o aval para viajar paras os EUA.
A licitude da gravação feita muito antes do acordo também levantou suspeitas, além é claro do fato de que pode ter havido edição no áudio o que a JBS já negou em nota oficial. Uma perícia será feita para identificar se houve ou não edição da conversa. Outro fato chamou a atenção.
O ex-procurador Marcelo Miller, um dos principais auxiladores de Rodrigo Janot no Grupo de Trabalho da Lava Jato até março deste ano passou atuar em um grande escritório de advogacia. Qual deles? o Trech, Rossi & Watanabe Advogados, com sede no Rio de Janeiro contratado justamente pelo Grupo J&F que controla a JBS para negociar a leniência que é um acordo na área cível complementar á delação.
Uma coincidência no mínimo “infeliz” que levantou suspeitas, sofreu críticas internas na própria PGR e deu alguma munição aos aliados e ao próprio presidente Temer. “Fui vítima de bandidos que saquearam o País”, disse ele em entrevista a jornalista Vera Magalhães







