*Por Alf Farias, em artigo enviado ao Blog — Conheci Eduardo Campos em 2006, quando recebi um telefonema dele, em que manifestava o interesse de uma visita para uma conversa sobre o cenário político. Marcamos, então, um encontro na minha residência, em Olinda.
Aquele momento era difícil para o PSB, que amargava um desempenho pífio de 4% nas pesquisas. Os olhos de Eduardo brilhavam e ele sonhava com um novo projeto para Pernambuco.
A conversa foi contagiante, levando-me ao entusiasmo de sonhar junto com ele que era possível fazer diferente. Como sempre gostei de desafios, assumi a difícil posição de romper com o PTB, que, na época, apoiava o PT do senador Humberto Costa ao governo do estado.
A nossa aposta era em um novo caminho apresentado pelo talentoso candidato do PSB. Eduardo Campos foi eleito dando início a um novo ciclo de prosperidade e mudanças na vida da população.
Necessário registar a imprescindível ajuda do governo federal, sendo fundamental para fazer de Pernambuco um “canteiro de obras”, em um ritmo frenético, na mesma velocidade que o levou a almejar a Presidência da República.
Com a sua lastimável e trágica morte, foi enterrado o sonho, restando apenas o #TBT das lembranças de um passado que se afasta da realidade atual. O estado vem perdendo posições, regredindo aos avanços, restando apenas o discurso que já não traduz a verdade.
Vejam o exemplo da última eleição do Recife. Apesar da vitória socialista, o preço foi definitivamente arquivar a verdadeira essência do que chamam de Frente Popular.
Uma frente liderada pelo PSB que hora elogia o PT ou chama o mesmo de corrupto, a depender da conveniência; que hora fala “FORA BOLSONARO” e ao mesmo tempo faz um ajustamento de aliados bolsonaristas ávidos por cargos; que depois chama de “Frente Popular” apenas o tudo pelo poder .
As ideias, o sonho, o desafio transformador, tudo ficou para trás, virando apenas uma fala escrita por um marqueteiro e a união de uma frente que virou um consórcio de partidos em busca do poder.
Não é o poder que sonha na transformação e solução dos problemas do povo, no bem coletivo que Eduardo pensava, e sim no atendimento aos escusos interesses que toda hora se revelam nas rotineiras investigações policiais.
Assim como em 2006 apostei no sonho apresentado pelo PSB, hoje penso que chegou a hora de libertar Pernambuco, o Leão do Norte, que nunca se curvou e sempre teve um papel preponderante nas conquistas da população brasileira.
Não, decididamente, não queremos mais esse #TBT. Chegou a hora do basta. Queremos a verdadeira nova política e não o que assistimos, sendo subestimados em toda eleição.
Como diria o velho poeta: “Sonho que se sonha só é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto, torna-se realidade.”
Vamos à luta, Pernambuco!
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*Alf Farias é empresário e ex-deputado estadual pela antiga Frente Popular