Por Ricardo Antunes — Até o fim do ano passado, havia 82,4 milhões de pessoas no mundo forçadas a se deslocar de seus locais de origem, segundo a Agência da ONU para Refugiados (Acnur). Em suas bagagens, elas carregam experiências traumáticas, como guerras, fome e perseguições políticas, mas também trazem tradições culturais.
No Brasil, refugiados têm feito há alguns anos de suas culturas a base para desenvolver o próprio negócio e recomeçar a vida. É o caso da síria Joanna Ibrahim, de 33 anos, forçada a deixar o seu país por conta da Guerra Civil que já dura mais de dez anos. Joanna desembarcou no Brasil em 2015 e em 2016, desenvolveu um e-commerce que pretendia conectar refugiados que vendiam ingredientes dos seus países de origem aos clientes. A ideia não foi para a frente, mas deu origem ao Open Taste, restaurante com sabores de diferentes partes do mundo, que contam as histórias de cozinheiros e funcionários migrantes e refugiados.
Miguel Ramos, de 37 anos, deixou a cidade de Puerto Ordaz em 2015 fugindo da crise econômica e social que assola a Venezuela. Em 2019, criou o Ay Que Ryco, uma venda de arepas – comida típica venezuelana a base de milho – e pastéis, em frente ao Estádio Canarinho, ponto movimentado de São Paulo. “Eu vendo mais arepas do que pastéis. Em dias bons, já consegui vender cem arepas”, conta. Mesmo com o alto número de venezuelanos na cidade, ele afirma que a maioria do seu público é brasileiro: “Eles gostam do tempero”.
De acordo com Paulo Sérgio Almeida, oficial de Meios de Vida da Acnur no Brasil, o País possui um ambiente normativo favorável à inclusão de pessoas refugiadas, com leis progressistas e favorável à integração social dessas pessoas. O oficial acredita que empreendimentos de refugiados possuem um potencial de riqueza cultural. “A identidade do Brasil é configurada a partir de fluxos de migrantes e refugiados que o País recebeu. Toda essa diversidade cultural trazida por essas pessoas agrega ao que já temos aqui”, afirma.

500 MIL
A triste marca de 500 mil mortos pela Covid-19 no Brasil impressiona. São dez vezes mais pessoas que o país perdeu no seu maior conflito, a Guerra do Paraguai (1864-70). Uma tragédia.
PROTESTOS
A marca coincidir com os protestos da oposição ampliou o simbolismo deste sábado (19). E o aumento de público nos atos, sinaliza dá sinais de que veio para ficar no panorama brasileiro com a renovada jornada de protestos contra o governo.

LAMENTO
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, lamentou, no Twitter, o total de vítimas da pandemia. Já o presidente Jair Bolsonaro, que fez um vídeo para comentar as buscas ao criminoso Lázaro Barbosa, “esqueceu” de mencionar a marca de óbitos da pandemia.
CONTRAPONTO
Coube ao ministro das comunicações fazer o contraponto à Queiroga. Ele foi as redes sociais criticar as pessoas que, segundo ele, “torcem pelo vírus”. “Em breve vocês verão políticos, artistas e jornalistas ‘lamentando’ o número de 500 mil mortos. Nunca os verão comemorar os 86 milhões de doses aplicadas ou os 18 milhões de curados”, disse.
JOGO DE CENA
A Polícia Federal concluiu que o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza (PSL-MS) simulou ter sido vítima de um atentado ao atirar contra o próprio carro. Além da “comunicação falsa de crime” o parlamentar pode ser enquadrado por “porte e disparo ilegal de armas”.

CARTA AO POVO
Lula cogita escrever uma nova carta ao povo brasileiro. Mas diferente da primeira, de junho de 2002, endereçada ao mercado, a de agora seria destinada aos eleitores. O que se quer agora ouvir de Lula e do PT é um pouco mais. “Lula precisa dizer ao eleitor que ele e o PT erraram, e mais de uma vez”, diz o jornalista Ascânio Seleme.
NOME SUJO
Se não pagar a multa de R$ 552,71 por participar, sem máscara, de uma motociata em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro tem grandes chances de ter seu nome incluído no Serasa, SPC e outros sistemas que identificam inadimplência. O presidente, que foi autuado pelo governo do Estado no sábado passado, pode recorrer pelo prazo de até dez 10 dias depois de ser notificado. Essa notificação foi enviada ao Palácio do Planalto na última segunda-feira.
BUNKER
Flávio Bolsonaro não tem atuado na CPI da Covid apenas invadindo certas sessões para provocar confusão e atrapalhar o andamento dos trabalhos. O filho zero um de Jair Bolsonaro tem usado sua própria casa — a mansão de R$ 6 milhões que comprou recentemente no Lago Sul, em Brasília — para reuniões estratégicas de ajuda aos bolsonaristas convocados a depor.
DIA DO FUNK
Alexandre Padilha (PT/SP) apresentou um projeto de lei para criação do Dia Nacional do Funk no dia 12 de julho. O dia foi sugerido por funkeiros em uma audiência realizada na Câmara, em abril, porque é a data do Baile da Pesada, realizado em 1970 no Rio de Janeiro e considerado um marco do movimento no Brasil.

ANIVERSÁRIO
Se ontem foi o dia de FHC, Maria Bethânia e Paul McCartney, hoje, o aniversário é do compositor Chico Buarque, que completa 77 anos. Para homenagear o músico, o Ecad fez um levantamento especial sobre a obra musical dele, com destaque para as suas canções mais regravadas e as mais tocadas nos últimos anos: “Gente humilde”, “Anos dourados” e “Beatriz” foram as suas três músicas mais gravadas por outros intérpretes. Chico tem um total de 530 canções e 1.203 gravações no banco de dados do Ecad.
FLEXIBILIZAÇÃO
O Governo de Pernambuco publicou, no Diário Oficial o decreto nº 50.874, que trata da flexibilização das medidas restritivas às atividades econômicas e sociais em diferentes regiões do Estado e vai da ampliação de horário até a reabertura de atividades que estavam completamente fechadas, como cinemas e teatros.
CUIDADOS
No documento, o Governo do Estado ressalta que permanece obrigatório o uso de máscaras nos espaços de acesso aberto ao público, incluídos os bens de uso comum da população, vias públicas, interior de órgãos públicos, estabelecimentos privados e nos veículos públicos e particulares, inclusive ônibus e táxis.
FOTO DO DIA

Coluna do Ricardo Antunes, Sábado 19/06/2021.
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*Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelo principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.