Por Ricardo Antunes — “Pabllo Vittar vai se casar. Fiuk mandou nudes para amigos. Marina Ruy Barbosa está loira. Simone e Simaria não serão mais uma dupla. Todas essas notícias chamaram a atenção do público, nos últimos meses. E ganharam espaço na imprensa. Mas todas são mentiras”, dizem os jornalistas Daniel Palomares e Renata Nogueira, no UOL.
Essas afirmações falsas são distribuídas em redes sociais e, às vezes, por meio de assessorias de imprensa disfarçadas de campanha de marketing. As agências também têm investido nessa estratégia para o lançamento de produtos. A Renault fez todo o mundo achar que um filme de “A Caverna do Dragão” estava prestes a ser lançado. A Comfort levou os fãs do Roupa Nova à loucura inventando que o nome do grupo mudaria.
Todas essas notícias —distribuídas como se fossem reais— ocuparam parte do noticiário e colocaram em xeque um valor importante: a credibilidade da imprensa.
“As redes sociais viraram porta-voz dos artistas, e muitos veículos grandes acabam caindo nesse tipo de estratégia”, lamenta Danilo Saraiva, editor-chefe da “Quem”. “Fazer isso não é inofensivo.”
Danilo não está sozinho. Se o jornalismo trava uma verdadeira batalha para ser reconhecido e respeitado em um momento no qual tanta gente é enganada por notícias falsas, cair numa “pegadinha” de artistas, influenciadores e marcas é um verdadeiro pesadelo.
A mentira não pode ser relativizada. Quando a imprensa checa uma informação com fonte oficial e recebe confirmação de uma notícia falsa, a seriedade e a credibilidade desse meio de comunicação ficam comprometidas em nome do marketing. Isso é inadmissível. Especialmente em um momento como o atual, em que lutamos dia a dia contra fake news.
ISONOMIA
A CPI da Covid, mesmo se quiser, não poderá convocar Jair Bolsonaro para prestar esclarecimentos no colegiado. Na decisão que suspendeu a convocação de governadores pelo colegiado, Rosa Weber, do STF, detalhou que o presidente da República não pode ser obrigado a ir nas sessões, apenas seus ministros.

DERROTA
Alexandre de Moraes negou o recurso de Ernesto Araújo contra a decisão que manteve a quebra de sigilo determinada pela CPI da Covid. Advogados do ex-chanceler alegaram que a decisão anterior do ministro do STF havia sido “omissa”, por não ter analisado um pedido de limitação da quebra dos sigilos ao período da pandemia compreendido entre março de 2020 e março de 2021. A defesa de Ernesto solicitou que essa restrição do alcance fosse aplicada. Moraes, porém, alegou não haver nenhuma violação e rejeitou o pedido.
LOW PROFILE
Com planos de se filiar ao PP, partido expoente do Centrão para concorrer a uma vaga de deputado federal em 2022, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deu um tempo nas negociações com a sigla e também com outras legendas que o procuraram. O recuo nas conversas aconteceu depois de Salles ser alvo de buscas da Polícia Federal e de duas investigações do Supremo Tribunal Federal (STF).
CENTRINHO
Diante de embates internos e dificuldades para chegar a um nome comum, a “terceira via” ganhou um novo apelido. O bloco está sendo chamado pelo Centrão de “Centrinho”. “O apelido é uma referência à desidratação do grupo que tenta articular a frente. Além disso, ‘Centrinho’ virou um contraponto irônico à força do Centrão.
RECUPERAÇÃO
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira, recuando para o menor patamar em mais de um ano. A moeda americana caiu 0,92% e terminou o dia cotada a R$ 5,0222. É a menor cotação desde 10 de junho de 2020, quando o dólar fechou a R$ 4,9334.

OTIMISMO
Outra boa notícia é que o mercado financeiro espera um crescimento maior da economia em 2021 do que o previsto. Ao invés de 4,85%, os economistas esperam agora um crescimento de 5%.
DESGOSTO DO PAI
Heloisa de Carvalho, filha do escritor Olavo de Carvalho, se filiou ao PT. A filha do guru bolsonarista disse à Folha que sempre votou em Eduardo Suplicy e que tem pretensão de disputar um cargo de deputada estadual. Heloisa diz que foi sondada pelo PSL e pelo PDT em 2020.
LIVRE
A Justiça Federal trancou a ação penal em que Guilherme Boulos (PSOL) e mais duas pessoas eram acusadas de invadir o tríplex de Guarujá (SP) cuja propriedade era atribuída a Lula pela Lava Jato. Os magistrados que julgaram o caso consideraram que não havia indícios mínimos que justificassem o seguimento do processo contra o líder do MTST, que não estava na cidade durante a invasão.
OLIMPÍADA
O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio autorizou a presença de até 10 mil espectadores nos estádios e arenas do evento. Além disso, torcedores estrangeiros não poderão entrar no Japão. E, caso a pandemia piore, existe a possibilidade de as provas serem disputadas com portões fechados.

ARAS
Em parecer enviado ao STF nesta segunda-feira, 21, Augusto Aras defendeu a rejeição da ação movida por Jair Bolsonaro contra medidas restritivas impostas pelos governadores de Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Norte para conter o avanço da pandemia da Covid. O PGR afirmou que os decretos estaduais não estão mais em vigor e, por isso, o processo teria perdido o objeto.
IRREGULARIDADE
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) julgou irregular uma licitação de R$ 43 milhões aberta pela Prefeitura do Recife para a compra de cestas básicas para alunos da Rede Municipal durante a pandemia de Covid-19. O tribunal também multou o Executivo municipal em R$ 12 mil. A licitação foi realizada em 2020, durante a gestão do ex-prefeito Geraldo Julio (PSB), que hoje é secretário estadual de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.
O OUTRO LADO
De acordo com a assessoria da secretaria estadual de Desenvolvimento Econômico, o secretário Geraldo Julio não é citado pela decisão do TCE. Por isso, quem deve responder é a Prefeitura do Recife. Por meio de nota, a Prefeitura do Recife afirmou que “recebeu com surpresa” o julgamento da Segunda Câmara do Tribunal de Contas e que a licitação ocorreu “dentro das especificações e exigências tanto do Banco do Mundial quanto da Lei de Licitações”.
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Coluna do Ricardo Antunes, Segunda-Feira 21/06/2021.
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*Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelo principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.







