Por Ricardo Antunes — Após prometer vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou nesta segunda-feira que apoia um valor de R$ 4 bilhões para o fundo nas eleições de 2022. Os recursos representam o dobro do pleito de 2020.
O blog consultou o jurista Rômulo Lins sobre o caso. Segundo ele, o presidente não pode modificar o artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), nem vetar parcialmente.
Se vetar e o Congresso não derrubar o veto, cai por completo o fundo eleitoral. É o que diz o parágrafo 2º do artigo 66 da Constituição. “Nem ele, nem os assessores jurídicos egressos da cavalaria sabem disso”, diz Rômulo Lins.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concorda: “O veto parcial não pode recair apenas sobre palavras ou conjunto de palavras de uma unidade normativa”. Segundo o magistrado, o veto parcial “não pode deixar de incidir sobre o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea. Busca-se, assim, prevenir a desfiguração do teor da norma, que poderia acontecer pela supressão de alguns de seus termos”.
ELEITOR
Em entrevista à Rádio Arapuan FM da Paraíba, Jair Bolsonaro voltou a criticar o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, que tem se posicionado contra a aprovação do voto impresso. O presidente afirmou que “Lula é o candidato de Barroso”. E concluiu: “sabemos que a posição dele é de esquerda”. Será?

CUNHADO
Sobrou também para o vice Hamilton Mourão (PRTB). O presidente da República declarou que terá mais cautela para escolher o próximo candidato a vice-presidente, e que Mourão é igual a cunhado: “As vezes atrapalha”.
CANDIDATO
Na mesma entrevista, Bolsonaro lançou seu ministro da Saúde como candidato em 2022. O presidente afirmou que ainda não conversou com ele de forma aprofundada sobre o assunto, mas garantiu que Queiroga é uma pessoa extremamente qualificada e que a Paraíba “tem muito a ganhar” [com a candidatura].
GULA
Era de se esperar que o “guloso” MDB não fosse assistir parado a nomeação de Ciro Nogueira para a Casa Civil. Já há uma articulação de setores da bancada emedebista no Senado que busca dar ao líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes, a Secretaria de Governo, para cuidar da articulação política.

AVISO
Diante das notícias de que uma ala do MDB quer espaço na reforma ministerial que está sendo desenhada por Jair Bolsonaro, o perfil oficial do partido no Twitter publicou a seguinte mensagem: “O MDB informa que qualquer filiado ao partido que aceitar Ministério deste governo será convidado a se retirar da sigla. Essa é a posição oficial do MDB.”
ESPIÃO
O Pegasus, sofisticado programa de espionagem israelense, já despertou interesse de procuradores da agora extinta força-tarefa da Lava Jato. A informação consta nas mensagens obtidas pela Operação Spoofing da PF, que foram enviadas à PGR e Corregedoria-Geral do MPF pelo ministro Lewandowski. MPF nega ter feito a “aquisição ou uso clandestino de qualquer sistema pela força-tarefa”.
BIG BROTHER
A polêmica ferramenta virou notícia no mundo no último dia 18 por ter sido utilizada por governos para espionar jornalistas, ativistas e inimigos políticos dos chefes de estado. Segundo um consórcio de 17 jornais de dez países, ao menos 180 jornalistas chegaram a ser monitorados por meio do sistema Pegasus.
CINEMA
Várias figuras do cinema, entre elas o espanhol Pedro Almodóvar, a neozelandesa Jane Campion, o italiano Paolo Sorrentino e o chileno Pablo Larraín, competirão na seleção oficial da 78ª edição do Festival de Cinema de Veneza, de 1º a 11 de setembro. No total, 21 filmes foram selecionados para competir pelo prestigioso “Leão de Ouro”.

EM VENEZA
Filmes brasileiros também foram selecionados para o festival, mas em circuitos alternativos à principal premiação do evento. É o caso do longa “7 Prisioneiros”, estrelado por Santoro e Malheiros, e produzido por Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”) e Ramin Bahrani (“O Tigre Branco”). A estreia está prevista para ainda este ano na Netflix.
CENSURA
Além de um filme sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a Ancine censurou um projeto sobre o avanço de evangélicos na política. Trata-se do longa “Os Evangélicos”, projeto dos conceituados cineastas Helena Solberg e David Meyer.
MOTIVO
A Ancine invocou um artigo que veda “o fomento de conteúdos religiosos ou políticos”. “Só que”, argumenta Meyer, “o tal artigo foi revogado pela própria agência há tempos”.
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Coluna do Ricardo Antunes, Segunda-Feira 26/07/2021.
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*Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelo principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.







