Por Ricardo Antunes – A “guerra” entre os poderes em Brasília é antiga. Na praça dos três poderes, na Capital Federal, sempre tem alguém pronto pra dar uma “canetada” e mostrar que manda. No estado de Pernambuco o clima é totalmente inverso. Tanto que, tarde desta terça-feira (27), chefes dos poderes legislativo e judiciário do estado se encontraram no tradicional Restaurante Leite, no centro do Recife, em uma demonstração de harmonia e trabalho conjunto.
Participaram da reunião o Presidente da Assembleia Legislativa de PE, Deputado Eriberto Medeiros; o Procurador-geral de Justiça do Estado e chefe do Ministério Público, Paulo Augusto de Freitas; o Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Fernando Cerqueira; o Presidente do Tribunal de Contas (TCE-PE), Dirceu Rodolfo; e o Defensor Público-Geral de Pernambuco, José Fabrício Silva de Lima. A ideia do encontro partiu do Presidente de Alepe, que tem defendido uma aproximação dos poderes com a sociedade.
“Sabemos dos desafios que a pandemia está impondo na vida da população. Nos reunimos justamente para mostrar que os três poderes do estado, o legislativo, o judiciário e o executivo, estão atuando, cada um na sua área, para tentar diminuir esses impactos na sociedade pernambucana. Desde o inicio da pandemia, várias decisões foram tomadas em conjunto, pois sabemos que o momento é de unir forças, de trabalharmos juntos”, disse Eriberto Medeiros.

O almoço, que foi bastante informal, serviu para discutir como deve ocorrer o retorno das atividades no pós-pandemia, e fazer um balanço das ações implementadas pelos órgãos com o objetivo de diminuir os impactos na vida da população.
“Esse encontro não deve ser o último, eles devem se repetir em outras ocasiões. Acho importante Pernambuco dar exemplo ao país nesse momento, e intensificar o diálogo entre os poderes. A pandemia ajudou, podemos dizer assim, no processo de intensificação das relações, porque a pandemia foi um ambientes desconhecido para todos nós. Sabemos que a agenda do governador é mais complicada, mas não podemos deixar de lembrar que o poder executivo chamou o judiciário e o legislativo para o diálogo, para a tomada de decisões em conjunto”, disse o Procurador-geral de Justiça Paulo Augusto de Freitas.
Ele explicou que a pandemia deixará um legado de avanço da tecnologia no serviço público. De acordo com o Procurador, os projetos que funcionaram durante esse período devem ser aprimorados, e continuarão no pós-pandemia.
“Tivemos que nos adaptar durante esse período. Audiências ocorreram de forma online, intensificamos os trabalhos nas ouvidorias, tudo para os serviços não parassem. O Ministério Público recomendou a instalação de gabinetes de crise nos municípios com a participação de vários órgãos, e tudo funcionava de forma online. Cada um na sua sala, no seu gabinete, na sua casa, e vimos que funcionou. O legado da tecnologia que foi implantado nós vamos melhorar e continuar”.

O Procurador explicou que, se a vacinação continuar no ritmo que está atualmente, em agosto, os serviços do Ministério Público, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e demais órgãos devem retornar com 50% dos servidores trabalhando em esquema de rodízio. Além disso, a recomendação é que os servidores que já foram imunizados com as duas doses voltem ao trabalho no sistema de rodízio.
“Se conseguirmos vacinar toda a população vacinável até setembro ou outubro, conseguimos voltar as nossas atividades de forma integral. A vacinação está ajudando muito, estamos vendo os índices de internação, mortes, casos graves diminuir. Mas precisamos ainda conscientizar a população sobre o uso de mascaras em ambientes fechados enquanto durar as recomendações dos cientistas”, concluiu o Procurador.