Do Poder 360º — O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que seu apoio a Jair Bolsonaro (sem partido) contra Fernando Haddad (PT) no 2º turno das eleições presidenciais em 2018 foi um “erro”.
“Assumo aqui que errei. Errei fortemente ao apoiar Bolsonaro na eleição contra o PT, contra Fernando Haddad. […] Eu como milhões de outros brasileiros acreditei que Jair Bolsonaro pudesse ser a solução para a corrupção. Erramos no remédio. Elegemos um louco, um psicopata”, disse em entrevista ao PoderDataCast –programa da divisão de podcasts do Poder360.
O governador justifica sua decisão citando uma disputa que travou com Haddad nas eleições de 2016, quando ambos concorreram à Prefeitura de São Paulo. À época, o tucano derrotou o petista.
“Tenho uma justificativa que é razoável: eu ganhei de Fernando Haddad nas eleições aqui em 2016. Haddad era prefeito de São Paulo. E eu me elegi, no 1º turno, contra Fernando Haddad, contra Lula e contra o movimento de todos os partidos de esquerda”, diz.
Assista à íntegra da entrevista (26min41s):
Doria já havia afirmado em outras ocasiões se arrepender de seu voto em Bolsonaro em 2018, mas evitava citar Haddad em suas declarações. Agora, sugere que faria outra escolha se fosse possível.
Sobre uma possível candidatura à Presidência da República em 2022, o governador diz ser necessário ir “passo a passo”. As prévias do PSDB estão marcadas para 21 de novembro. Além de Doria, devem disputar a candidatura o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e o senador Tasso Jereissati (CE).
O governador paulista diz trabalhar para viabilizar um “grande campo de centro” para as eleições do ano que vem: “Eu tenho chamado de ‘melhor via’, nem Lula nem Bolsonaro, mas sim a ‘melhor via’ para as eleições de 2022”.
Citando dados de pesquisas, Doria diz que cerca de 50% da população não querem votam nem em Lula nem em Bolsonaro. Segundo ele, essa parcela de eleitores só irá se “sensibilizar” pela política no início do ano que vem. “Essas pessoas estão mais preocupadas com a vacinação do que com a eleição. Estão mais preocupadas com emprego, renda, com sua própria sobrevivência física.”
De acordo com a última rodada do PoderData, se as eleições fossem hoje, 39% votariam em Lula e 25% em Bolsonaro. Na sequência aparecem Ciro Gomes, do PDT, com 8%; José Luiz Datena, do PSL, com 7%; João Doria, do PSDB, com 6%; e Henrique Mandetta, do DEM, com 4%. Os que votariam branco ou nulo são 6%, enquanto 5% não souberam responder.







