Por Ricardo Antunes — O ex-advogado-geral da União André Mendonça está há 45 dias na fila para substituir o ministro Marco Aurélio Mello no STF num lapso inédito na história republicana. Ele corre o risco de perder a vaga por causa da insistência de Jair Bolsonaro em acirrar a guerra entre Poderes e por ser “terrivelmente evangélico”.
O senador Davi Alcolumbre, a quem cabe marcar a sabatina de Mendonça, não vê clima e nem tem pressa para a definição do novo membro do tribunal.
O “day after” do 7 de setembro e os movimentos do presidente Bolsonaro a partir dali, são considerados fundamentais para o futuro do ex-ministro que era dado como certo no Supremo Tribunal Federal.
Depois de tanta confusão à indicação do presidente “subiu no telhado”.
ARTICULAÇÃO
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, prometeu à base governista no Senado intensificar suas articulações na Casa para tentar emplacar a indicação de André Mendonça ao STF. Ciro pretende conversar procurar o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que ele destrave a sabatina do ex-AGU no colegiado.

RADICALIZAÇÃO
Como noticiado pelo blog, Governadores estão preocupados com a radicalização às vésperas do 7 de Setembro, e possíveis motins de policiais militares, a exemplo do que aconteceu no Ceará em 2020.
SEM CHANCE
No entanto, o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, garante que as lideranças de associações militares não apoiam manifestações golpistas nas corporações. Para Emanuel Pinheiro Neto, as polícias têm “maturidade democrática”.
FOCO
Mas nem todos têm essa maturidade. Em meio a crises institucional, sanitária e econômica, o presidente Jair Bolsonaro voltou a estimular a população a se armar. “Tem que todo mundo comprar fuzil, pô”. A declaração, claro, causou polêmica e, mais uma vez, desviou o foco dos principais problemas do país.
CRISE
Falando nisso o ministro da Economia, Paulo Guedes, teme o impacto do custo da energia na inflação, e tenta diluir o aumento da conta de luz em seis meses.

CUSTOS
Já o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), defende um repasse maior de custos para cobrir a alta dos preços de geração de energia.
DISCURSO
Marina Silva (Rede) deve decidir até novembro se vai se lançar como candidata à Presidência em 2022 ou se apoiará outro postulante ao cargo. Por enquanto, a ex-ministra do Meio Ambiente, diz que não fala em alianças.
REALIDADE
Mas, na realidade, a ex-senadora pelo Acre tem conversado com partidos como PSB, PV e Cidadania para construção de um projeto em comum de terceira via com foco na pauta ambiental, direitos indígenas e desenvolvimento sustentável.
MARCO TEMPORAL
A Rede inclusive, é um dos partidos que tem apoiado as manifestações indígenas em Brasília. Eles tentam pressionar o STF, que vai decidir se indígenas só podem reivindicar a demarcação de terras que já eram ocupadas por eles antes da data de promulgação da Constituição de 1988.

IRRESISTÍVEL
Forte candidato ao governo do Maranhão, o senador Weverton Rocha, do PDT de Ciro Gomes, não resistiu aos apelos de aliados do governo de Flávio Dino para que se una a Lula na disputa de 2022.
SEGREDO
Em público, a coisa ainda anda meio disfarçada, mas, em privado, o pedetista já mergulhou na campanha de Lula. Para ele, Ciro é cristão novo na sigla e não pode obrigar ninguém a apoiá-lo contra o petista.
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Coluna do Ricardo Antunes, Sexta-Feira, 27/08/2021.
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*Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelo principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.







