“Miguel Arraes foi um homem do mundo, que nunca perdeu as suas raízes nordestinas. Foi um grande pensador estratégico de políticas para o Nordeste, sendo realizador de relevantes projetos sociais, sendo uma bússola para esse Brasil em crise”, afirmou o advogado e escirtor Antônio Campos, na semana que registra os 101 anos de Arraes. Ontem, foi o aniversário da viúva Magdalena Arraes que recebeu familiares em casa.
Correspondência de Arraes será livro
Neto do ex-governador, ele lançará, em 2018, o livro “Cartas do Exílio e outras Cartas. Correspondência de Arraes”, trazendo diversas correspondências de Arraes e de personalidades para ele, que estão digitalizadas no acervo do Instituto Miguel Arraes, que retratam uma época do Brasil e do mundo. Cartas de Glauber Rocha, Fidel Castro, Salvador Allende, Mitterrand, Samora Machel, Prestes, Jango, Barbosa Lima Sobrinho, Getúlio Vargas, Agamenon Magalhaes, Juscelino Kubitschek, Pablo Neruda, Sartre, Gabriel Garcia Marques, Saramago, Mario Soares, Dom Helder, Paulo Freire, Josué de Castro, entre outras, constarão no livro. “Será uma oportunidade das novas gerações conhecerem uma época histórica e política através da correspondência de um líder político, que pelas circunstâncias de sua vida, teve uma das correspondências mais relevantes da história do Brasil”, disse o escritor e presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Miguel Arraes Antônio Campos.
Antônio Campos está escrevendo há três anos a biografia de Arraes, que tem o título provisório de “Arraes, o Povo no Poder”, sem data ainda para lançamento. Pretende abrir um site para o povo contribuir com a obra de forma colaborativa, mandando histórias, depoimentos, registros e fotos. Vem trocando ideias com biógrafos e historiadores, como Lira Neto, Fernando Morais, Laurentino Gomes, entre outros.
Livros no centenário de Arraes
Em 2016, ano do centenário de Miguel Arraes, Antônio Campos lançou dois livros registrando duas passagens importantes da vida de Arraes, que faleceu no mês de agosto de 2005, que no último dia 13 de agosto completaram 12 anos. O livro “Operação Condor no Brasil”, que registra como Arraes foi quase vítima e testemunha contemporânea da Operação Condor, quando as ditaduras da América Latina se entrelaçaram numa operação paramilitar com objetivo de eliminar lideranças políticas, que já tiveram diversas punições em países da América Latina, menos no Brasil. O livro contém representação do Instituto Miguel Arraes e de Antônio Campos perante a Procuradoria Geral da República, que foi aceita, em decisão da PGR, determinando o MPF a remessa do procedimento e depoimento de Arraes para que a comissão conjunta dos Ministérios Públicos do Brasil e da Argentina também analise o procedimento no bojo das investigações. Veja o depoimento de Arraes perante a Comissão do Congresso Brasileiro que investigou a morte de Jango no link: https://www.youtube.com/watch?v=-y8PC9alh8s
Editou também, em 2016, o livro “Processo de Anistia Funcional de Arraes”, que traz o processo de anistia funcional de Arraes perante a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, quando foram revisados os assentamentos funcionais de Arraes como servidor público, que culminaram também com um pedido de desculpas formal a Arraes pelo Estado Brasileiro pelas arbitrariedades sofridas. Antônio Campos e à época a então advogada Ana Arraes, hoje Ministra do TCU, advogaram o caso, que possui uma peça histórica assinada pelo próprio Arraes que conta sua história fu







