Por Ricardo Antunes — Organizado por grupos de direita, como o Vem Pra Rua e o MBL, o protesto pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro foi um fiasco de público e um fracasso político. Mesmo contando com o apoio de “presidenciáveis”, como o Governador de São Paulo, João Doria (PSDB); o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM); e Ciro Gomes (PDT); além de siglas de direita (Novo), centro (Cidadania) e de centro-esquerda (PSB, PDT e Rede), a manifestação não conseguiu empolgar.
O protesto realizado em 6 estados, ficaram esvaziados. A Avenida Paulista, em São Paulo, onde os bolsonaristas conseguiram juntar cerca de 115 mil pessoas, recebeu apenas 6 mil manifestantes nesse domingo (12).
Depois da abstinência cívica provocada pela pandemia, o protesto de hoje também não deve ser vistos como “ponto de chegada”, mas é difícil acreditar que esses grupos consigam fazer frente ao presidente, sem a ajuda de Lula, e de todos os movimentos sociais que orbitam o PT ou a esquerda.
Um problemão para quem apoia o impeachment do presidente e uma vitória para Lula e Bolsonaro. Os dois antagonistas sabem que são os melhores adversários deles mesmo e farão tudo para esmagar o nascimento de uma “terceira via”.
Já que, para Lula, Bolsonaro segue sendo o melhor adversário em 2022.
APOSTA
Há quem seja mais otimista, e acredite que um nome forte pode “incendiar” os atos. O Antagonista, por exemplo, lembra do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, que diz a interlocutores que decidirá seu futuro até outubro.

PARADOXO
Outros, como Ciro Gomes, pedem uma “aliança ampla”. Em um aceno ao PT, o pedetista disse que “ainda há tempo” para a sigla integrar o movimento. Contraditório, o presidenciável atacou o partido logo em seguida: “Acredito que Bolsonaro não estará nas eleições. Minha tarefa será tirar o Lula.”
GOZAÇÃO
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ministros do governo e parlamentares bolsonaristas ironizaram as manifestações. O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, por exemplo, publicou um vídeo em que ri das imagens do ato: “tem um canal de Tv que está dando vergonha alheia!!! Desde 10h era para ter começado”, escreveu ele no twitter.
ELOGIO
Donald Trump elogiou o presidente Jair Bolsonaro na madrugada deste domingo durante a luta de boxe entre Evander Holyfield e o lutador brasileiro Vitor Belfort. “Eu adoro o presidente do Brasil. Ele e seu filho [Eduardo] são pessoas ótimas, e ele trabalha tão duro”, afirmou o ex-presidente americano, que foi comentaristas no evento, realizado na Flórida.

NOCAUTE
Ex-campeão mundial dos pesos-pesados e dos cruzadores, o americano Evander Holyfield retornou aos ringues aos 58 anos, e foi nocauteado pelo brasileiro Vitor Belfort, 14 anos mais jovem, no 1º round. A disputa de boxe previa oito assaltos de dois minutos cada e marcou também o retorno de Belfort, que fez carreira no MMA.
PECHA
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), vem tentando, nas últimas semanas, se livrar da pecha de “bolsonarista”. Por trás da tentativa, está uma estratégia em busca de apoio político para se reeleger ao governo fluminense nas eleições do próximo ano.
NA MIRA
Ao tentar se afastar do bolsonarismo, Castro mira um apoio que julga ser essencial para sua reeleição: o do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). Por ora, contudo, Paes promete apoiar o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que quer disputar o governo do Rio pelo PSD. Há ainda quem aposte que o próprio Paes será candidato.

SAMPA
Já em SP, João Doria, que pretende se lançar presidente, deve deixar uma relação de obras para o vice, Rodrigo Garcia, inaugurar a partir de abril de 2022, e se “cacifar” como um bom gestor.
OPOSIÇÃO
Por outro lado, o PSOL, que hoje aprovou em Congresso o nome de Guilherme Boulos como pré-candidato ao governo, tenta unir a esquerda no estado comandado pelo PSDB desde a década de 90. Na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2020, Boulos ficou em segundo lugar com 41% dos votos na disputa com Bruno Covas (PSDB).
ENERGIA
Uma linha de transmissão inaugurada neste fim de semana pelo Governo Federal, facilitará o escoamento da energia gerada na Região Nordeste, em usinas eólicas e solares, para o Sudeste e o Centro-Oeste, preservando o uso de usinas hidrelétricas, fortemente atingidas pela escassez hídrica.
INVESTIMENTO
O empreendimento da empresa Taesa (Transmissora Aliança de Energia Elétrica) foi entregue, segundo o governo, com cinco meses de antecedência e recebeu R$ 1 bilhão em investimentos. A linha tem capacidade de transporte de 1,6 mil megawatts (MW), energia suficiente para o consumo de 5 milhões de pessoas.
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