Por Ricardo Antunes — Apesar de aparecer em primeiro lugar na corrida presidencial, o PT tem uma difícil equação para resolver os próximos meses. Nas contas do partido, é preciso manter os votos da última eleição presidencial e conquistar 6 milhões de eleitores arrependidos que votaram em Jair Bolsonaro em 2018 para vencer o pleito de 2022. A legenda considera que vai ser difícil, senão impossível, vencer na região Sul, a mais bolsonarista do país. Por outro lado, o PT aposta na vitória no Nordeste e em parte do Sudeste.
Já as regiões Centro-Oeste e Norte são locais onde a legenda pretende investir para reduzir a diferença de votos por meio de alianças com políticos regionais. A fusão entre DEM e PSL, partidos fortes nessas áreas, não será um problema para a formação de palanques, dizem petistas. A última pesquisa Datafolha mostrou a queda no apoio e aumento à rejeição a Bolsonaro nessas regiões. O presidente também perdeu força entre evangélicos, importante massa de seu eleitorado.
Segundo uma liderança petista, “não tem como 2022 ser pior que 2018”. Naquele ano, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estava preso e condenado, não conseguiu concorrer e, ainda assim, transferiu 45 milhões de votos para Fernando Haddad. Agora, com Lula na urna e Bolsonaro derretendo nas pesquisas eleitorais, as chances aumentam, dizem petistas. Diferentemente de 2018, Bolsonaro não será um candidato “novato” e ambos terão dados de governos anteriores para apresentar.
Aliados do petista apostam que o combate à corrupção não será tema central na próxima eleição, como foi na última, e que Lula firmará o discurso na melhora da qualidade de vida da população durante seus oito anos de governo. Essa é uma variável que o PT, por conveniência, desconsidera.
CANTADA
Apesar das dificuldades, o PT tem ainda grande aprovação no Norte, Nordeste, nas camadas mais pobres, e em determinadas categorias, como a classe artística. É o caso da cantora Pabllo Vittar, que declarou à revista Elle que vai usar sua força para que Lula saia vitorioso do pleito.

MOTIVO
“Sou a primeira a levantar essa bandeira porque passei por muita coisa nessa vida. Eu lembro quando o Bolsa Família foi criado e eu pude ir ao mercado fazer compras para a minha mãe. Quem não teve que passar por isso, fala que o governo foi ruim“, afirmou.
PREPARATIVOS
Conforme manda a tradição, o presidente da República, fará amanhã (21) a abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em discurso, Bolsonaro tentará mudar a má-impressão internacional sobre políticas ambientais e a gestão da pandemia no Brasil.
HOLOFOTES
O discurso do brasileiro estará em evidência, já que o presidente brasileiro “fez a festa” dos tabloides sensacionalistas do Reino Unido, ao afirmar, em encontro com o primeiro-ministro Boris Johnson, que não se vacinou contra a Covid-19. Para piorar, um integrante da comitiva brasileira que foi a Nova York, teve resultado positivo em um teste de coronavírus. A ONU foi informada.
ARTE:
A artista Paula Boechat retornou ao Rio de Janeiro e está expondo seus trabalhos no Studio Ipê. Com curadoria de Aslan Cabral, ela abre seu novo espaço para convidados e amigos na próxima quinta (23), em Itanhangá (RJ).

SIGA BEM…
Enquanto o presidente está fora, a oposição se movimenta. Ciro Gomes publicou um vídeo em que aparece dirigindo um caminhão e faz críticas à política energética do governo.
….CAMINHONEIRO
“Bolsonaro virou as costas para os caminhoneiros. O preço do diesel aumenta toda semana”, escreveu o presidenciável, que está tirando carteira de habilitação do tipo C para gravar um documentário dirigindo pelas estradas do país.
RESISTÊNCIA
Outros candidatos da terceira via também lutam para se mostrarem viáveis em 2022. No mesmo partido, João Doria (PSDB-SP) e Eduardo Leite (PSDB-RS) tem estratégias diferentes. Leite tem acenado com uma chapa conjunta com o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), Já Doria, pretende montar uma chapa “puro-sangue”, com uma mulher na vice.
TERCEIRA VIA
A quantidade de presidenciáveis da terceira via, tem sido criticada por quem sonha com uma candidatura única contra a polarização. Mas a verdade é que fica difícil conciliar projetos pessoais e partidários de boa parte das lideranças de centro-direita.

FUSÃO
Por exemplo, a fusão do DEM com o PSL, se bem sucedido, criará o maior partido da Câmara, e fará com que adentre na arena nacional uma nova força com três potenciais candidatos à presidência: da parte do DEM, além de Mandetta, Rodrigo Pacheco, o presidente do Senado hoje cortejado pelo PSD de Gilberto Kassab e da parte do PSL, o apresentador José Luiz Datena, recém-filiado à sigla.
DESGARRADO
Falando em Kassab, um evento organizado pelo PSD e pelo PSB de Márcio França para o próximo sábado (25) em São Paulo, marcará o rompimento do ex-governador Geraldo Alckmin com o PSDB. Como mostrou o Datafolha, Alckmin lidera a corrida pelo governo de SP.
FOTO DO DIA:
