Da redação do Blog, com informações da Agência Brasil – Um estudo realizado pela UFF (Universidade Federal Fluminense) constatou que o impacto econômico da inatividade física de brasileiros, em diferentes regiões do país, representa gastos no SUS (Sistema Único da Saúde) de cerca de R$ 300 milhões somente com internações, em valores de 2019.
“Esse custo seria evitável à medida que você ampliasse o acesso da população a programas de promoção de atividade física”, disse à Agência Brasil Marco Antonio Vargas, subchefe do Departamento de Economia da UFF e coordenador-executivo da pesquisa, denominada “Implicações socioeconômicas da inatividade física: panorama nacional e implicações para políticas públicas”.
Ele afirmou que esses programas devem ser direcionados a variados segmentos de diferentes faixas da população. “Você tem carências muito claras em alguns setores, principalmente em populações mais vulneráveis”, ponderou. Aí entram ações promovidas pelos municípios. O estudo objetiva contribuir para a formulação e implementação de políticas em saúde preventiva, assim como para o estímulo à prática de atividade física no país.
O foco do trabalho se situou em pessoas maiores de 40 anos de idade, em razão do volume de dados existentes. Buscou-se correlacionar os dados com os custos de tratamento no SUS, isto é, custos de hospitalização.
O levantamento envolveu uma equipe interdisciplinar de pesquisadores, coordenada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia — Atividade Física e Exercício da UFF —, e foi feito em 2019, portanto, antes da pandemia do novo coronavírus. No momento, está se buscando a atualização dos dados de 2020 para cá, por intermédio de pesquisadores do Lace (Laboratório de Ciências do Exercício) e do Neiti (Núcleo de Pesquisa em Indústria, Energia, Território e Inovação) da UFF.
Vargas esclareceu que a inatividade está associada à incidência de diversas doenças crônicas não transmissíveis, entre as quais hipertensão, diabetes, neoplasias de cólon e mama e doenças isquêmicas do coração, entre outras.
“Em maior ou menor medida, essas enfermidades guardam correlação com a inatividade física. Algumas em percentual menor e outras, maior”, observou Vargas. Dentro do conjunto de custos no SUS associado ao tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, a pesquisa buscou a parte que pode ser atribuída à inatividade física.
O coordenador informou que o nível de escolaridade e de renda está associado à prevalência maior de inatividade física. A partir de dados da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério de Saúde, de 2017, observou-se, por exemplo, que o sedentarismo é maior entre os indivíduos com sete anos ou menos de escolaridade (57,92%) em comparação com aqueles que possuem 12 anos ou mais de escolaridade (41,18%).







