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“Edifício Holiday: Marco arquitetônico e social para o Recife”, por Pedro Alves

Ricardo Antunes Por Ricardo Antunes
18/10/2021 - 22:08
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*Por Pedro Alves, de O Globo — Construído em 1956, o Edifício Holiday, cuja desocupação e interdição foram determinadas pela Justiça, foi um marco arquitetônico e social para a formação e ocupação da Zona Sul do Recife. Localizado no bairro de Boa Viagem, o prédio contribuiu para a mudança da paisagem da cidade, de formas que vão muito além de sua estética, então, inovadora.

O Edifício Holiday foi projetado por Joaquim Rodrigues e segue uma tradição artística ligada ao modernismo. Com 17 andares e 476 apartamentos, o prédio, junto com o Edifício Califórnia, seu contemporâneo também localizado em Boa Viagem, é um dos primeiros arranha-céus do Recife, hoje fortemente marcado pela verticalização.

A importância do Holiday e de sua arquitetura, nos anos 1950 e 1960, se mistura com a própria história de Boa Viagem, bairro que, atualmente, tem um dos metros quadrados mais caros da capital pernambucana.

Segundo o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU-PE), Rafael Amaral Tenório, a ocupação do bairro, tendo em vista sua distância em relação ao Centro da cidade num tempo em que vias asfaltadas ainda eram raras, tem relação direta com a instalação de seus primeiros arranha-céus. O nome de Boa Viagem se deve, inclusive, ao fato de que o bairro era utilizado principalmente para veraneio.Localizado entre a Avenida Conselheiro Aguiar e a Rua dos Navegantes, dois dos endereços mais cobiçados do bairro, o Holiday de hoje, contrasta com seu passado de glória.

Edifício Holiday foi um dos primeiros arranha-céus do Recife — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Edifício Holiday foi um dos primeiros arranha-céus do Recife — Foto: Reprodução/Redes Sociais

“Anos antes da instalação de prédios como o Holiday, Boa Viagem era como a Porto de Galinhas [praia em Ipojuca, no Litoral Sul] da época. O que tinha lá eram fazendas, com casas espaçadas umas das outras. Imagine só, do dia para a noite, colocarem 2 mil pessoas dentro daquele prédio. Isso impactou definitivamente o bairro e ajudou na sua ocupação”, afirma.

De acordo com o arquiteto e professor do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Fernando Diniz, os edifícios Holiday e Califórnia trouxeram ao Recife uma proposta de habitação à classe média: edificações verticais, apartamentos pequenos e, principalmente, a mistura entre comércio e habitação no mesmo local. Os dois edifícios foram pensados para servir como segunda residência, pela proximidade da praia.

“Eles foram pensados para serem usados como unidades de habitação, um conceito trazido por uma escola carioca no pós-guerra. São edifícios autossuficientes, que misturam comércio e habitação. Era uma proposta nova e o mercado ainda não sabia o que ofertar. A própria altura do Holiday, contrastando com seus apartamentos mínimos, era incomum. Era para quem queria aproveitar a praia, mas com comodidade”, explica.

Os elementos arquitetônicos do Holiday também marcaram uma era na estética dos prédios da cidade. O Holiday tem três blocos, com dois térreos e uma torre principal. Em todos os andares, há apartamentos tipo quitinete e com dois quartos.

Prédios do bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e Holiday, no centro — Foto: Reprodução/Google Maps
Prédios do bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e Holiday, no centro — Foto: Reprodução/Google Maps

“O mais marcante do Holiday é sua curvatura. O revestimento de sua base é menos sofisticado, feito num material chamado pó de pedra, mas muito resistente. Até hoje não foi pintado. Ele tem elementos vazados, para ventilação. O arquiteto buscou muitas referências no Copan, em São Paulo”, diz Fernando.

Nos últimos anos, os 476 apartamentos do Holiday serviram de casa para mais de 3 mil pessoas, segundo o condomínio. Na quarta (20), último dia do prazo judicial, restavam 45 famílias que resistiam em deixar suas casas. A administração do prédio entrou com um agravo de instrumento para recorrer da decisão da Justiça de interditar a edificação. A partir desta quinta (21), os moradores podem ser removidos à força pelos agentes de segurança estaduais e municipais.

Os problemas apontados para a interdição vão desde a inundação do subsolo até a falta de componentes básicos de prevenção ao fogo, além de falhas e da sobrecarga das instalações elétricas. Outro problema é a quantidade de botijões no prédio, que tinha quase oito mil quilos de gás na edificação, sendo usados para vários fins, como comércio e produção de alimentos.

Além disso, há apartamentos usados como depósito de material de comércio de praia. Os bombeiros apontam que 80 carroças são guardadas na edificação. de acordo com o presidente do CAU-PE, falhas na gestão do edifício fizeram com que ele chegasse à situação atual, que, segundo a Defesa Civil do Recife, apresenta um grau de risco nível 3, numa escala de 1 a 4. Rafael defende que a interdição é importante para preservar as vidas dos moradores.

“Todos os síndicos deixaram sua contribuição para o Holiday, mas são mais de 400 apartamentos, sem técnicas administrativas. Se temos dificuldades em gerenciar prédios de médio porte, imagine um como o Holiday. A deterioração foi crescendo, e o lugar virou um campo minado. A todo momento, em qualquer lugar, pode acontecer algo. Mais importante é preservar a vida, porque um incêndio no terceiro andar faria todo o prédio pegar fogo em menos de uma hora”, diz.

Moradores se reúnem nas janelas do Edifício Holiday, na Zona Sul do Recife — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
Moradores se reúnem nas janelas do Edifício Holiday, na Zona Sul do Recife — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

Desde o início de sua história, o Holiday foi marcado por casos de homicídios, suicídios, roubos, tráfico e consumo de drogas e prostituição, vindo a ser por vezes chamado de “favela vertical”. Segundo Fernando Diniz, as falhas na gestão e conservação ajudaram para isso.

“A má fama do Holiday vem desde, ao menos, os anos 1970. Eu lembro, criança, que a degradação já era presente lá. Também circulam boatos de que muitos senhores usavam o lugar para levar garotas de programa. O fato é que o Holiday era uma oferta muito experimental para a sociedade da época e era de veraneio. Muito rapidamente, famílias mais abastadas foram mudando-se para outros prédios, e os imóveis foram se desvalorizando”, afirma.

De acordo com o presidente do CAU-PE, uma alternativa aos moradores do Holiday seria utilizar o Serviço de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social, um direito garantido por lei, para promover orientação de arquitetos e urbanistas em obras de forma gratuita. O entrave de ser um prédio privado impede a realização dessa ajuda.

“O problema é que o Holiday precisa ser qualificado como Habitação de Interesse Social para receber auxílio público. É possível encarar o Holiday como um Minha Casa Minha Vida. Temos a oportunidade de requalificar e dar condições dignas de moradia a mais de 2 mil pessoas. É preciso encontrar um meio-termo entre deixá-los lá, em risco, e tirá-los sem pensar no impacto social”, diz.

Ainda segundo Rafael, a restauração do Edifício Copan, em São Paulo, é um exemplo a ser seguido pelo Holiday. A obra foi orçada em R$ 23 milhões, e a administração do prédio contou com a ajuda da iniciativa privada para obter os recursos.

“O Copan se modernizou ao longo do tempo. Hoje, ele tem uma população muito heterogênea, de pessoas muito pobres a ricas. Tem muitos estabelecimentos comerciais, restaurantes. É um prédio que atua de forma mista para abrigar comércio e residência”, declara.

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Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Ricardo Antunes é jornalista, repórter investigativo e editor do Blog do Ricardo Antunes. Tem pós-graduação em Jornalismo político pela UnB (Universidade de Brasília) e na Georgetown University (EUA). Passou pelos principais jornais e revistas do eixo Recife – São Paulo – Brasília e fez consultoria de comunicação para diversas empresas públicas e privadas.

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