Por André Beltrão – Após o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) entregar a função de líder do governo do Senado, em decorrência da fragorosa derrota que sofreu na votação para cadeira de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) na Casa Alta, cresce no meio político de Pernambuco a expectativa sobre os próximos passos do senador.
Há quem questione se o sentimento de traição externado por Bezerra Coelho na nota em que anunciou sua saída da liderança, motivará também a entrega dos muitos cargos federais ocupados por indicados do senador emedebista no estado. Entre estes estão inúmeros postos na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e em muitos outros órgãos onde ele abriga seus aliados.
Há quem indague também se o senador abrirá mão dos mais de R$ 130 milhões da União previstos para 2022 só para Petrolina.
A contundente derrota de Fernando Bezerra Coelho, que obteve apenas 7 votos, está sendo interpretada como um resposta do governo federal ao jogo duplo que o senador vinha fazendo com o presidente Bolsonaro em Pernambuco.
Segundo se comenta nos bastidores, ao mesmo tempo em que posava de aliado do presidente em Brasília, FBC escondia a vinculação de Bolsonaro com a pré-candidatura do seu filho Miguel Coelho ao Palácio do Campo das Princesas.
Comenta-se também que FBC estaria sonegando informações acerca de investimentos feitos pelo governo federal no estado.
Diante disso, avaliações de bastidores apontam que o presidente teria, então, liberado senadores aliados para votar no senador Antônio Anastasia (PSD-MG), que ficou com a vaga ao contabilizar 52 votos. A segunda posição ficou com a senadora Katia Abreu (PP-TO), que recebeu 19 votos.
A “vingança” do Planalto, ao que parece, foi explícita e constrangedora para o senador pernambucano.
Após o imbróglio, permanecem as questões: Bezerra Coelho vai entregar estes cargos? Quem será que traiu quem? Fica a deixa.







