Por Ricardo Antunes — A possibilidade de formar uma federação, instrumento que permite a dois ou mais partidos atuarem como um só por quatro anos, deve mexer com as negociações para as eleições de 2022 nos próximos meses. As direções de PT, PSOL, PV e Rede aprovaram recentemente iniciar a discussão com diferentes siglas e buscam atrair também o PSB. Já PSDB e Cidadania têm conversas adiantadas. Impasses regionais, no entanto, ainda precisam ser superados para que as negociações se concretizem.
Regulamentada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no último dia 14, a federação permite que os partidos possam se unir sem precisarem recorrer à fusão, processo mais complexo, que envolve a criação de uma nova sigla, como o União Brasil, que deve surgir da integração de DEM e PSL.
Legendas menores veem no instrumento a chance de manter acesso ao dinheiro do fundo partidário. Essas siglas foram atingidas pela cláusula de barreira, adotada em 2018 para limitar repasses a partidos que não conseguirem um mínimo de votos. Já as siglas maiores aumentam o tempo de propaganda na TV e podem ganhar puxadores de voto na disputa pelo Legislativo.
Por outro lado, o número total de candidatos de cada partido numa federação tende a ser menor, segundo Michel Bertoni, da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político: Outro obstáculo, segundo líderes partidários e analistas, é a necessidade de atuar juntos por quatro anos, inclusive nas eleições municipais. Conciliar interesses regionais, que podem colidir com a lógica nacional, pode ser um entrave.
EXEMPLO
Direita e esquerda aplaudiram o gesto do ministro da Cidadania e pré-candidato ao governo baiano, João Roma (Republicanos), e do governador Rui Costa (PT), de terem unido forças para lidar com a tragédia das chuvas que atingem o Estado. Os dois estiveram juntos em Ilhéus.

PEGOU MAL
Não se pode dizer o mesmo de Bolsonaro, que se afastou do problema para não ter que encará-lo. Durante suas férias (muito bem remuneradas), o mandatário declarou que espera “não ter que retornar antes” e fez questão de passear de moto-aquática e promover aglomerações no sul do Brasil.
PENSANDO
Agora, o líder do governo, Ricardo Barros (PP), diz que o presidente avalia voltar à Bahia . A visita foi sugerida pela coluna do blog, no domingo (26) e recebeu uma saraivada de críticas dos bolsonaristas. Nada como um dia atrás do outro e uma pitada de bom senso.
VINGADOR
Em conversa com empresários do grupo Personalidades em Foco, Sergio Moro disse que, se eleito presidente em 2022, não será “um anjo vingador” contra políticos.

DECEPÇÃO
A fala do ex-juiz da Lava Jato deve ter decepcionado eleitores do ex-magistrado, que já foi representado com bonecos do “super-moro”, e chamado pelo antigo aliado, General Heleno, de “símbolo do Batman contra o Coringa”.
SUGESTÃO
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Fernando Haddad (PT) disse que sugeriu a Lula a aproximação com Geraldo Alckmin para as eleições de 2022.
MISSÃO IMPOSSÍVEL
O ex-prefeito de São Paulo deixou transparecer sua vontade de uma aliança com o PSDB, de João Doria, e o PDT, de Ciro Gomes. A tarefa, no entanto, é muito mais difícil, que uma chapa Lula/Alckmin.
CINEMA
Filme mais visto da Netflix em todo o mundo durante os últimos dias, “Não Olhe Para Cima” (“Dont Look Up”) se tornou objeto de discussão acalorada nas redes sociais brasileiras.

SÁTIRA
O longa, estrelado por Leonardo DiCaprio e Jennifer Lawrence, satiriza uma dupla de astrônomos que tenta alertar o mundo, por meio da imprensa, sobre o risco iminente da destruição do planeta por um meteorito. O obstáculo? O negacionismo.
ACENO
Perguntado se poderia ter o União Brasil na Frente Popular, Paulo Câmara não descartou a hipótese. “Temos partidos que estão conosco desde 2015 e que me ajudam a governar, mas não podemos fechar portas para aqueles que queiram chegar.
RESSALVA
Em entrevista à CBN, o governo de Pernambuco só fez uma ressalva: “Só tem que saber uma coisa: seremos Oposição ao Governo Bolsonaro”, disse.
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