Da Redação do Blog — A repercussão das falas do deputado federal Kim Kataguiri (SP) sobre nazismo causou mal-estar entre lideranças do Podemos, sigla na qual o parlamentar do MBL está de chegada. O partido é o mesmo do ex-ministro Sergio Moro. Kim Kataguiri afirmou que o nazismo não deveria ter sido criminalizado na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e concordou com o apresentador Monark, do podcast Flow, que defendeu a criação de partido nazista reconhecido pela lei. Responsável pelo extermínio em massa de milhões de judeus em câmaras de gás, o nazismo defendia que as raças não arianas eram inferiores e deveriam ser eliminadas.
A apologia ao regime nazista é crime no Brasil e na Alemanha. Por isso, o procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou nesta terça-feira (8) a abertura de uma investigação sobre suposto crime praticado pelo deputado federal Kim Kataguiri e pelo podcaster e influencer Monark. Segundo a PGR, o caso será analisado pela assessoria criminal de Aras porque Kim Kataguiri, como deputado federal, tem foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF).
A direção do Podemos garante que Kim não será barrado no partido, mas se preocupa em como o assunto respinga na pré-candidatura de Sérgio Moro à Presidência da República. Ao mesmo tempo, tenta conter os ânimos de filiados que aconselham repensar tanto a chegada do parlamentar quanto a estratégia de tentar fingir que a polêmica não recai também sobre a sigla.
“É uma infelicidade ter de assistir a um debate dessa natureza”, disse o senador Alvaro Dias (Podemos-PR). “Faz mal à democracia. Mas esse tipo de pensamento é algo intransferível. Penso que cada um tem um DNA e responderá por ele”. Já o ex-juiz Sergio Moro tentou passar “panos quentes” nas declarações de Kim Kataguiri, e disse que ele não cometeu crime, mas sim uma “gafe verbal” ao estimular as manifestações nazistas.







