Por Ricardo Antunes — Ainda há muita água para passar por debaixo da ponte, e em política, tudo ponte acontecer. Mas, se as alianças políticas se mantiverem até as eleições como estão hoje, ficarão assim : O PP, de Ciro Nogueira, e PL, de Valdemar Costa Neto, vão apoiar nacionalmente Jair Bolsonaro, embora possam fazer concessões nos estados.
O PTB, que vive uma crise interna após uma guinada conservadora e com a prisão de Roberto Jefferson, também deve apoiar o atual presidente. Já o Republicanos, Patriota e PSC, ainda que sejam base do governo Bolsonaro, tendem a liberar seus mandatários.
Na esquerda, PSOL, PCdoB, PSB, Rede, PV, Solidariedade e PT, com federação ou não entre algumas dessas siglas, caminharão juntos já no primeiro turno em torno da candidatura de Lula; o Pros tem uma ligação histórica com a esquerda (em 2018, foi o único partido que coligou com a chapa Fernando Haddad-Manuela d’Ávila. A exceção é o PDT, que tende a insistir na candidatura de Ciro Gomes até o fim; Carlos Lupi, presidente do partido, disse que nem ele nem Ciro participariam de eventual novo governo Lula, lembra O Antagonista.
O MDB (que lançou a senadora Simone Tebet), PSDB (do pré-candidato João Doria) e União Brasil (resultante da fusão entre PSL e DEM) caminham para uma aliança nacional, com candidatura única ao Planalto, e possibilidade de federação (hoje mais provável entre MDB e União Brasil).
O Cidadania, que tem a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira, baterá amanhã o martelo sobre a federação do partido: há chances de federação com o PSDB, mas a sigla está dividida.
O Novo vai manter a candidatura de Luiz Felipe d’Avila até quando der: há quem ainda acredite em aliança formal com o Podemos, de Sergio Moro, que aparece em terceiro lugar em praticamente todas as pesquisas de intenção de voto, mas tem tido dificuldades para reunir apoio em outros partidos (o ex-juiz da Lava Jato é “odiado pela classe política”);
Gilberto Kassab, do PSD, ainda jura que o partido terá candidatura própria, mas mantém conversas com Lula (e com outros partidos). Segundo deputados ouvidos por este site, o líder da bancada do PSD na Câmara já avisou que, se a candidatura própria não vingar, o partido vai liberar seus mandatários.
Oficialmente, a pré-candidatura de Rodrigo Pacheco está mantida, mas senadores próximos já admitiram que o presidente do Senado jogou a toalha. Kassab também conversa com o tucano Eduardo Leite, que perdeu as prévias para João Doria em novembro do ano passado. Uma boa análise que compartilho com vocês. É isso.
RACISMO
Em carta, a ONU cobra respostas do Governo Brasileiro sobre a ‘alta exponencial’ de violência policial no país. A entidade aponta uma violência “sistemática” e assassinato “desproporcional de afro-brasileiros”.

PIOROU
Os números vinham crescendo desde 2018 , mas “explodiram” a partir do primeiro mandato do atual presidente: “As operações policiais se tornaram mais intensas, com o aumento da brutalidade e da violência utilizadas pelas forças policiais”, revela o documento.
DEFESA
Um ex-ministro do governo petista tem sido um dos maiores defensores da viagem de Bolsonaro à Rússia. Aldo Rebelo tem dito que o encontro é uma oportunidade para reafirmar a independência da política externa brasileira, e garantir o fornecimento do potássio, insumo essencial ao nosso agronegócio.
INFLAÇÃO
Muito tem se falado da explosão do preço da carne, que tem forçado famílias de baixa-renda irem ao açougue comprar ossos em busca de proteína. O problema é mais grave: o preço dos legumes aumentou (20%) e o das verduras também (32%) no último mês, segundo a Ceagesp.
PARALIZIA
Até o setor habitacional tem sentido o impacto da inflação. No Recife, o prefeito João Campos (PSB) não está conseguindo concluir obras habitacionais prometidas, apesar dos R$ 674 milhões enviados pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. O aumento de custos forçou as empreiteiras a paralisarem as obras.

ELIMINATÓRIAS
A Fifa determinou hoje (14) que o jogo entre Brasil e Argentina, válido pelas Eliminatórias Sul-Americanas para Copa do Mundo, terá que ser realizado outra vez, em nova data e local ainda a serem decididos pela entidade que comanda o futebol mundial.
CONFUSÃO
A partida em questão é aquela interrompida em 5 de setembro do ano passado devido a uma confusão que envolveu a entrada irregular de atletas argentinos em solo brasileiro. A situação culminou com agentes sanitários da Anvisa invadindo o campo e parando o jogo.
BUSTO
Falando em confusão, tem gerado muitos protestos o projeto do secretário de Cultura do governo federal, Mario Frias, de construir com verba federal um busto de Olavo de Carvalho na sua cidade natal, Campinas.
FEDERAÇÃO
Nesta terça-feira (15), os presidentes do PSDB, MDB e União Brasil marcaram um encontro para debater uma federação entre as três siglas. A candidatura presidencial ainda não será discutida.
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