*Por Paulo André Leitão — Lailson veio ao meu encontro (eu não me lembro onde foi) e perguntou: “Por onde você anda?”. Eu tinha andado fora do Recife por muito tempo, mas ele sempre estava por perto, presente por seu trabalho, que corria o Brasil. Conversamos por poucos minutos sobre a vida e novos trabalhos, rimos. Lailson me pareceu alegre como sempre. Ao se despedir (estava meio apressado), me deu seu cartão de visita. Sim, cartão ilustrado por ele, impresso. O mundo já era digital.
– Cartão bonito, rapaz! Quero um desses pra mim. Você faz?
– Faço sim. A gente marca um encontro e você diz como quer. E bota a conversa em dia.
Aí veio a pandemia e eu fiquei sem cartão.
Reencontrei hoje o dele (estava bem guardado). A dor do reencontro foi grande (só a dor da perda é maior): já estávamos sem Lailson.
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*Paulo André Leitão é jornalista.