EXCLUSIVO, Por Ricardo Antunes – Foi a ausência prolongada, sem justificação, da então juíza titular, Karina Pinheiro D’ Almeida Lins, processada pela Procuradoria Geral de Justiça por crime de abandono de função, que facilitou ao secretário da 23ª Vara Cível da Comarca do Recife, Esdras Davi Veras Ferreira, realizar todo tipo de falcatrua, usando a senha dela, já que quase todos os despachos judiciais, atualmente, têm assinatura eletrônica. Como anunciou mais um furo jornalístico do blog, Esdras está afastado das funções.
O processo contra a juíza, ao qual o blog teve acesso com exclusividade, diz que ela teve 211 dias de “ausência não justificada” na 23ª Vara Cível, “ocasionando claro prejuízo ao andamento dos trabalhos na unidade jurisdicional de sua responsabilidade”. Segundo o processo da Procuradoria Geral de Justiça, a juíza Karina Pinheiro D ’ Almeida Lins passou apenas 32 dias no Brasil em quase um ano, entre agosto de 2013 e setembro de 2014.
Assinala o processo que a juíza “teve 120 dias de licença médica, 211 dias de ausência não justificada e outros 60 dias de férias”. Karina Pinheiro D’Almeida Lins está aposentada.
Advogados se queixaram ao blog de que a informatização do Judiciário, se é uma vantagem na desburocratização, rapidez e melhor acesso aos processos, trouxe a contrapartida de vários juízes deixarem com os funcionários token e senha, ausentando-se do fórum. “Muitas vezes a gente não consegue estar presencialmente com os juízes, lidando a maior parte do tempo com seus assessores”, queixa-se um deles.