Por Ricardo Antunes – O Blog teve acesso à linha de defesa do policial militar afastado por denúncia de estupro. O caso ocorreu na noite da última sexta-feira (10), durante uma blitz na PE-60, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. Uma mulher de 48 anos foi parada na operação policial, e alegou ter sido estuprada dentro de um posto do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv).
O policial foi afastado de suas funções. O caso está sendo apurado pela delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM).
Segundo o blog apurou, a defesa do militar alegará que o sexo teria sido consensual. Além disso, dirá que a motivação foi uma “troca de favores”, visto que o veículo da mulher que foi abordada estaria com alguma irregularidade.
Ambas as teses, no entanto, incorrem em crime militar. A ideia clara da defesa é descredibilizar a vítima, com base na lógica popular de que “ninguém é santo”.
O episódio chocou não apenas o estado de Pernambuco, como também foi destaque na imprensa nacional durante o final de semana, e ainda vem chamando atenção, sobretudo pelo silêncio da governadora Raquel Lyra e sua vice, Priscila Krause.
Vale salientar que Raquel é a primeira mulher eleita para governar Pernambuco, um estado de maioria feminina (cerca de 52%).
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, só se pronunciou ontem, após a situação ficar insustentável, com a pressão da seccional Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE) e de outras entidades de direitos humanos e da mulher.
Em solidariedade, afirmou que “repugna de forma veemente” o episódio e informou o afastamento do policial denunciado. Foi muito pouco.









