Da Redação do Blog – Acusado pela Santa Casa de Misericórdia do Recife de compartilhar imagens de pedofilia, o ex-funcionário da superintendência da instituição Alan Eric de Sousa rebate a acusação com depoimento à polícia do seu ex-namorado Rafael José Ferreira da Silva, 21 anos, no qual afirma não haver notado “nada de diferente no comportamento de Alan envolvendo crianças e adolescentes”.
O termo de declarações de Rafael José Ferreira da Silva foi dado na terça-feira (22) à mesma Delegacia de Crimes Contra Criança e Adolescente, no bairro da Boa Vista, na área central do Recife, em que está registrado boletim de ocorrência (BO), divulgado pelo Blog, com denúncia anônima relatando que o celular de Alan Eric continha vídeos e imagens de pedofilia.
O BO, datado de 7 de julho último, diz também que Alan Eric tentou atrair uma criança de seis anos na Pousada Solar Porto Brasil, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, sendo impedido pelo autor do BO.
Rafael José desmente o conteúdo do BO no termo de declarações. Afirma que a Pousada Solar Brasil não é uma pousada, mas a casa reformada de um amigo, e “que nunca houve qualquer situação de que Alan teria tentado atrair uma criança nas dependências”. Diz ainda não ser verdadeiro que ele, Rafael José, “teria frustrado tal ação”.

Alan Eric de Sousa afirma aos amigos que as acusações contra ele sobre o compartilhamento de conteúdos de pornografia infantil, que em nota oficial a Santa Casa afirma ter sido a causa da sua demissão, visam comprometer sua reputação para enfraquecer as denúncias que fez de irregularidades e assédio sexual na superintendência da instituição, detalhadas em dossiê de 68 páginas entregue e protocolado na Arquidiocese de Olinda e Recife.
No dossiê, cuja linha central foi divulgada pelo Blog, Alan Eric acusa o superintendente da Santa Casa, padre Claudionor Alves de Lima, que assumiu o cargo em janeiro de 2024, de haver usado para gastos pessoais o cartão corporativo com o nome do arcebispo Dom Paulo Jackson, presidente da Santa Casa, com limite de R$ 60 mil, e de promover assédio sexual de outros padres sobre os servidores da instituição, incluindo ele próprio.
Como postou o Blog, o dossiê relata que o padre Claudionor Alves de Lima, que é também pároco da Igreja de São Judas Tadeu, no bairro do Cajueiro, na Zona Norte, usou o cartão corporativo para compra de bens de uso doméstico e pagamento de passagens aéreas e hospedagem de outras pessoas, “sem relação com atividades institucionais ou pastorais”.
“O nome de Dom Paulo conferia aparência de legitimidade hierárquica, enquanto ocultava o operador real das transações e dificultava auditoria externa”, descreve o dossiê.

O documento afirma que o superintendente contratou a arquiteta Camila Paiva para reforma de uma casa de praia em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife, com recursos da Santa Casa e utilização de pedreiros, eletricistas e jardineiros do Hospital Santo Amaro, a principal unidade da instituição .
Alan Eric de Sousa conta, no dossiê, que foi instado pelo superintendente a “estreitar laços” com um dos ecônomos da Diocese, padre Marcelo Marques Junior, que auxilia o superintendente na administração contábil da paróquia da Igreja São Judas Tadeu.
De acordo com ele, depois de um “jantar institucional”, foi com o padre Marcelo Marques Junior, em 14 de agosto de 2024, ao Fórum Motel, em Boa Viagem, na Zona Sul, mas se recusou a manter relações sexuais. “O ecônomo ejaculou sozinho e, a partir daí, passou a demonstrar hostilidade aberta, repercutindo em minha posterior marginalização”, escreveu Alan Eric.
Veja o termo de declaração:











