Da Redação do Blog – Nesta quarta-feira (10), o corpo da cantora Rita Lee está sendo velado no planetário do Parque Ibirapuera, localizado na Zona Sul de São Paulo. A cerimônia, aberta ao público, teve início às 10h e está programada para encerrar às 17h.
Durante o evento, familiares, artistas e fãs estão se despedindo da renomada artista. João Lee, um dos filhos da cantora, foi o primeiro a chegar e compartilhou palavras emocionadas sobre o legado de sua mãe, a descrevendo como uma verdadeira heroína.
“É uma pessoa muito única. Para mim, ela vai ser eterna. Acho que para todo mundo.”
“Era uma loucura a dignidade dela, a sensibilidade dela de lidar com as pessoas, de entender as pessoas, a forma que ela tinha de se comunicar com o público, com o mundo. [Era] uma pessoa muito única. Eu não sei se eu conheci uma pessoa tão igual na minha vida, mas eu tive o privilegio de passar 43 anos com ela, aprendendo demais, recebendo os valores dela.”
Além do filho João, uma das irmãs de Rita, Virgínia Lee Jones, esteve presente desde o início do velório.
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Enquanto a cerimônia ocorre, uma projeção estática no teto do planetário exibe imagens do céu do dia 31 de dezembro de 1947, data de nascimento da artista.
Os primeiros admiradores chegaram ao local por volta das 5h e enfrentaram uma leve chuva enquanto aguardavam na fila.
De acordo com o desejo de Rita, seu corpo será cremado em uma cerimônia íntima destinada aos familiares e amigos.
Relação de Rita Lee com o Ibirapuera
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Em seu livro autobiográfico de estreia, intitulado “Rita Lee – uma autobiografia” e publicado em 2016, a renomada cantora descreveu em um capítulo a relação que mantinha com o local que eventualmente se tornou o Parque Ibirapuera, ao qual ela se referia carinhosamente como a “floresta encantada”. Ela considerava esse lugar como o cenário perfeito para montar acampamentos e desfrutar de piqueniques aos domingos.
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No decorrer da obra, a cantora também imaginou como seriam os momentos após sua morte. Em apenas nove linhas dedicadas a esse tema, ela aproveitou a oportunidade para emitir um aviso aos políticos:
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“Nenhum político terá a audácia de comparecer ao meu funeral, uma vez que nunca subi ao palco de nenhum deles e, se estivesse no caixão, me ergueria para vaiá-los.”
Segundo a cantora, as visitas ao Ibirapuera eram realizadas em grupo formado por seis mulheres. Cada uma escolhia uma árvore ou planta para cuidar, retirando folhas secas e ervas daninha. Elas também plantavam pés de frutas, verduras e legumes nas redondezas do parque.
Ao recordar a inauguração do parque em celebração aos 400 anos da cidade de São Paulo, Rita Lee faz referência ao momento em que “o sonho acabou”. Ela menciona que suas pequenas hortas foram destruídas e que a exuberante floresta foi substituída por uma paisagem de asfalto, concreto e “construções de questionável bom gosto”.
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Rita relata que seu pai expressou desaprovação pela intervenção no espaço e se recusou a comparecer à festa de inauguração.
Apesar disso, o Parque Ibirapuera continuou sendo um lugar significativo na vida de Rita, sendo mencionado em várias ocasiões ao longo dos capítulos de seu livro autobiográfico.
No capítulo intitulado “Mutatis Mutandis”, Rita Lee compartilha que costumava visitar o planetário do Ibirapuera todas as semanas, tornando-se uma espécie de ritual indispensável em sua rotina. Após a visita, ela costumava saborear uma banana-split na lanchonete próxima ao planetário. Era um verdadeiro “must semanal” para ela.









