Do G1 – Um júri popular absolveu o Danilo Paes Rodrigues, que era acusado de participar do assassinato do próprio pai, o cardiologista Denirson Paes da Silva, encontrado esquartejado dentro de uma cacimba no condomínio de luxo em que morava em Aldeia, Camaragibe, no Grande Recife. O julgamento, que começou na terça (24), foi concluído na tarde desta quarta (25), com a absolvição do rapaz.
Danilo Paes foi ouvido na manhã desta quarta e em seguida aconteceram os debates entre a acusação e a defesa. Os jurados se reuniram no início da tarde e decidiram pela absolvição de Danilo.
Na terça (24), primeiro dia de julgamento, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação e cinco testemunhas de defesa foram ouvidas; sendo duas, na condição de informantes, por causa do parentesco com o réu.

Argumentações e sentença
Segundo informações do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), na argumentação defendida pela acusação, o Ministério Público pediu a absolvição do réu, por entender “que não há provas suficientes para a condenação”.
Já o assistente de acusação, Carlos André Dantas, defendeu a participação de Danilo Paes no crime, de acordo com laudos periciais e depoimento das testemunhas.
Dantas apontou como motivação para a participação de Danilo no crime a personalidade do réu, que ele considerou “impulsiva e instável”, e “a manipulação psicológica da mãe, Jussara Rodrigues, para a conquista de bens materiais”.
A defesa defendeu a inocência de Danilo Paes, embasada nos laudos periciais e no depoimento das testemunhas, afirmando que Jussara Rodrigues teria condições de ser a única autora do crime. A defesa também usou o posicionamento do promotor Leandro Guedes, que citou a falta de provas para condenar o réu.
Após a fase de debates, a juíza se reuniu com o conselho de sentença, formado por sete jurados, para decidir se o réu era culpado ou inocente das acusações. Por fim, a magistrada voltou para o plenário para ler a sentença.

Júri popular
O julgamento aconteceu na 1ª Vara Criminal de Camaragibe, no Fórum Desembargador Agenor Ferreira de Lima, no Centro da cidade e foi presidido pela juíza Marília Falcone Gomes Lócio.
A denúncia apresentada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) dizia que Danilo Paes, filho mais velho do casal, teria auxiliado a mãe a matar o pai e, por isso, foi acusado de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de meio cruel e cometido à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima).
Ele também respondia pela ocultação do cadáver de Denirson Paes. A viúva foi condenada pelos mesmos crimes em 2019.
Rafael Nunes, advogado de defesa de Danilo Paes Rodrigues, conversou com os jornalistas na noite de terça (24) e se mostrou confiante na absolvição do seu cliente.
“Se cogitou a questão da força física. A polícia não procurou saber quem quebrou a casinha. Teria que ser um homem; Danilo. Apareceu inclusive para ser ouvido, seu Iraquitan. A cacimba é pesada, quem abriu? Danilo. Não foi. Apareceu quem foi. A defesa mostrou. (…) Tudo isso a polícia deixou no vácuo e concluiu de forma apressada que Danilo teria participação. Danilo entrou aqui pela porta da frente e vai sair pela porta da frente”, disse Nunes.









