Do G1 — O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) autorizou a Polícia Civil de Pernambuco a utilizar o avião que pertenceu a Gusttavo Lima e foi vendido aos donos da Vai de Bet. O cantor sertanejo e os sócios da casa de apostas online, José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, estão entre os investigados da Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais.
A Justiça também permitiu a incorporação de outras três aeronaves, que pertenciam à “bet” Esportes da Sorte, do empresário Darwin Henrique da Silva Filho.
O g1 teve acesso à decisão, assinada pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, atendendo a um pedido feito pelo diretor integrado metropolitano da Polícia Civil, o delegado Paulo Gondim, que é responsável pelas investigações do caso.

O avião que pertencia ao artista foi apreendido em Jundiaí, no interior de São Paulo, no dia em que a Operação Integration foi deflagrada.
Segundo as investigações, o jato, de modelo Cessna Aircraft 560 XLS, chegou a ser vendido duas vezes. Na primeira, a compra foi feita pela Esportes da Sorte por US$ 6 milhões (R$ 32,8 milhões). Um ano depois, a J.M.J Participações Ltda., dos donos da Vai de Bet, adquiriu o avião por R$ 33 milhões. De acordo com o inquérito, as transações contêm indícios de lavagem de dinheiro.
Além do jato que pertenceu a Gusttavo Lima, a decisão contempla as seguintes aeronaves:
- Helicóptero de modelo EC 130 T2, pertencente à Esportes da Sorte;
- Um avião de modelo Falcon 2000EX, também da Esportes da Sorte;
- Um helicóptero EC 130 T2, da Esportes da Sorte.
A magistrada considerou que o uso dos aviões pela polícia cumpria os requisitos de interesse público e de utilização para “o desempenho das atividades funcionais” da corporação.

Confira abaixo a cronologia da Operação Integration:
- A operação foi deflagrada em 4 de setembro, com o cumprimento de mandados de prisão, incluindo os de Deolane e da mãe dela, Solange Bezerra, e de busca e apreensão em Pernambuco e nos estados da Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.
- No mesmo dia, o avião de Gusttavo Lima foi apreendido no aeroporto de Jundiaí, no interior paulista. O cantor estava na Grécia, para onde havia viajado em 1º de setembro na companhia de Rocha Neto e Aislla, casal de empresários investigado na mesma operação.
- Em 9 de setembro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco permitiu que Deolane fosse para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
- A influenciadora também foi proibida de se manifestar por meio de redes sociais, imprensa e outros meios de comunicação.
- No entanto, ao deixar a Colônia Penal Feminina do Recife, Deolane falou com a imprensa e com fãs que se aglomeravam no local. Em seguida, postou uma foto no Instagram em que aparece com a boca coberta por uma fita, com a inscrição de um “X” no meio.
- Em 10 de setembro, Deolane teve a prisão domiciliar revogada e voltou a ser presa.
- Em 15 de setembro, Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
- Em 23 de setembro, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima e do empresário dele, Bóris Maciel Padilha.
- Horas antes, entretanto, Gusttavo Lima havia deixado o Brasil em um voo privado que saiu de madrugada do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Miami, na Flórida (Estados Unidos).
- No mesmo dia, o Tribunal e Justiça de Pernambuco permitiu novamente que Deolane deixasse a prisão. Outros 17 investigados obtiveram habeas corpus na ocasião.
- No dia 24 de setembro, a ordem de prisão preventiva de Gusttavo Lima foi revogada pelo relator do caso, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do TJPE.
- O magistrado alegou que as justificativas dadas pela juíza para a ordem de prisão constituíam “meras ilações impróprias e considerações genéricas”.