Do Diário de Pernambuco – Um grupo de 46 pernambucanos, em sua maioria idosos, saiu do Recife na última sexta-feira (11) no que era para ser uma viagem de peregrinação, com destino a Israel, Oriente Médio, mas acabou se transformando em frustração. Eles estão há uma semana sem lugar definitivo para dormir, com fome e sem saber como retornar para casa, porque segundo eles, a empresa não cumpriu o combinado, não efetuando o pagamento do hotel e cancelando as programações. A agência de turismo em questão, é a Sevagtur, que atua há 57 anos no Recife. E tudo estava indo bem, inclusive, a intitulada como dona da agência, Suzana Aguiar, viajou com o grupo, mas a história começou a ficar estranha ainda no aeroporto de Barcelona, quando os passageiros dirigiram-se para emitir o bilhete no guichê e foram informados que aquelas passagens tinham sido expedidas de última hora.
“Ela só disse que as passagens já estavam compradas, mas que estavam com o agente do Egito. Quando chegamos no aeroporto o grupo foi dividido e aí a gente começou a desconfiar, porque o pessoal do guichê perguntou o motivo de termos comprado a passagem de última hora”, disse o porta-voz do grupo, o médico Fábio Queiroga, 45, que está entre os turistas que foram para a viagem.

Ao chegar em Cairo, capital do Egito, um dia após o esperado, eles foram informados que um ônibus iria levar eles para Israel, o que não aconteceu. “Assim que atravessamos a fronteira não tinha nenhum ônibus esperando a gente conforme o combinado para nos levar para o passeio. Ficamos lá na fronteira, onde não tem nada. Ficamos aguardando algum posicionamento da dona da agência, que está na viagem, e ela não se posicionou, até que o grupo começou a se articular e compreendeu que ela realmente não tinha pago nada… só que ela continuou insistindo que tinha pago, que estava tudo certo, que o ônibus iria chegar. Depois ela assumiu que realmente não tinha pagado, que a gente teria que arrumar um ônibus”, declarou Fábio.
Ainda no Egito, um agente de viagens que havia sido contratado pela empresa reteve os passaportes das pessoas, informando que era procedimento comum, todavia descobriram que o motivo aparente foi a falta de pagamento ao hotel.
Já em Israel, o grupo conseguiu juntar dinheiro e pegar táxis para ir em direção à Estação Central. Chegando lá eles ficaram até às 15h30, horário que a Estação fecha, foi quando de fato precisaram ficar na rua. Ainda de acordo com Fábio Queiroga, durante todo esse período várias pessoas estiveram em contato com o Brasil em busca de uma solução. “Algumas agências conseguiram um ônibus para tirar a gente de lá da cidade e finalmente ele chegou por volta das 18h… Então levaram a gente para um hotel no Mar Morto”. Entretanto, o prazo para permanecer no hotel se encerra neste sábado (18) às 12h e eles não tem mais condições de continuar lá.

O porta-voz faz um apelo, falando que neste momento, 46 pernambucanos estão sem hotel, refeições e translado na cidade. “São vários idosos com problemas de saúde, que estão precisando de assistência médica em Israel e nenhum funcionário da Sevagtur apareceu para resolver.” explicou. “E a situação mais grave é de uma brasileira que tem que tomar insulina, que precisa ficar condicionada no gelo e o gelo dela está acabando”, ressaltou o médico.
A Embaixada do Brasil em Israel ainda não se pronunciou sobre o caso. Suzana Aguiar, dona da agência, que também está na viagem, preferiu não se manifestar ao ser procurada. 26 processos da Sevagtur Turismo LTDA nos Diários Oficiais foram encontrados no Jusbrasil. A maioria é do TJPE, seguido por JFPE.









