Da Redação do Blog – Clientes da agência do Bradesco em Casa Amarela, na zona norte, se queixaram ao Blog de que o local se transformou em verdadeiro abrigo de moradores de rua. ”Literalmente, há pessoas vivendo dentro da agência”, relata um dos clientes.
Segundo os clientes, a gerência mandou desligar o ar condicionado, mas nem assim diminuiu a aglomeração de pessoas sem teto no local, principalmente aos sábados.
“O convívio de clientes fazendo saques nos terminais da agência com pessoas em situação social precária, sem teto, tem tudo para não terminar bem”, teme um dos clientes da agência, referindo-se ao risco de assaltos.
Pesquisa do Instituto Menino Miguel, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, em parceria com a Prefeitura do Recife, apontou uma população de 1.806 moradores de rua na capital pernambucana, no ano passado. O Censo da População de Rua revelou que apenas 20% desse contingente é acolhido em abrigos da prefeitura.

A maior concentração de moradores sem teto, mostrou o levantamento, se concentra em Boa Viagem e Setúbal, na zona sul, a mais rica da cidade, vindo em seguida o centro do Recife. O Instituto Menino Miguel defende a construção de mais espaços de assistência aos sem teto na zona sul.
Segundo a pesquisa, dos mais de 1.800 moradores de rua do Recife, a maioria é de homens (75%), adultos (83%), de cor preta ou parda (80%), que nunca voltaram a viver numa residência desde que saíram da casa onde moravam (55%). Boa parte deles não sabe ler ou escrever (22%), é dependente de álcool e outras drogas (30%) e apresenta algum tipo de deficiência (41%).