Do G1 – O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, classificou neste sábado (15) como “positiva” e na “direção correta” a redução de taxas pelo governo de Donald Trump. Ele afirmou que o governo “continuará trabalhando” para que as tarifas caiam ainda mais.
Os Estados Unidos reduziram as tarifas de importação de cerca de 200 produtos alimentícios, incluindo café, carne, açaí e manga, na noite desta sexta-feira (14). Para o Brasil, as taxas, de maneira geral, caíram de 50% para 40%.
Para Alckmin, a tarifa de 40% para uma série de produtos brasileiros, como o café, ainda é uma “distorção”, que precisa ser “corrigida” com as negociações.
“A última ordem executiva do presidente Trump foi positiva e na direção correta”, afirmou. “Foi positiva. Vamos continuar trabalhando. Conversa do presidente Lula com Trump foi importante no sentido da negociação e, também, a conversa do Mauro Vieira com Marco Rubio”, acrescentou o vice-presidente.
“Há uma distorção que precisa ser corrigida. Todo mundo teve 10% a menos. Só que, no caso do Brasil, que tinha 50%, ficou com 40%, que é muito alto. Você teve um setor muito atendido que foi o suco de laranja. Era 10% e zerou. Isso é US$ 1,2 bilhão. Então ele zerou, ficou sem nenhum imposto. O café também reduziu 10%, mas tem concorrente que reduziu 20%. Então esse é o empenho que tem que ser feito agora para melhorar a competitividade”, completou Alckmin.
O governo brasileiro informou que, com a decisão de Trump desta sexta, o percentual das exportações brasileiras para os Estados Unidos não sujeitas a tarifas adicionais passou de 23% para 26%.
Com isso, cerca de US$ 10 bilhões das exportações brasileiras para os EUA estão isentas de tarifas.
Ordem de Trump abrange só taxas de reciprocidade
Num primeiro momento, exportadores brasileiros tiveram dúvidas sobre o tamanho da redução.
Posteriormente, o Ministério da Agricultura esclareceu que a ordem abrange apenas as chamadas taxas de reciprocidade, impostas a diversos países pelo presidente Donald Trump, em abril. No caso do Brasil, elas foram de 10%.
Em julho, no entanto, o presidente dos EUA anunciou uma tarifa adicional, de 40%, para compra de produtos brasileiros, que continua valendo, segundo o governo.

Trump diz que não considera novos cortes
Alguns setores do agro brasileiro, como o do café, esperavam que a tarifa fosse zerada.
Brasil e os EUA vinham articulando, nas últimas semanas, uma flexibilização do “tarifaço”. A negociação ganhou força com um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro, na Malásia.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na última quinta para discutir o assunto.
Após a reunião, Vieira disse que esperava uma resposta dos EUA sobre um “mapa do caminho” para nortear negociações.
No fim desta sexta, porém, Trump afirmou que não acredita que sejam necessários novos cortes de taxas.
“Acabamos de fazer um pequeno recuo”, disse a repórteres. “Os preços do café estavam um pouco altos; agora, em muito pouco tempo, eles estarão mais baixos”, completou.
O Brasil é o maior fornecedor de café para os EUA e um dos principais de carne, e ambos os produtos enfrentam forte alta nos preços no mercado norte-americano, o que pressiona o governo Trump.








