Da Redação do Blog – De acordo com o advogado de defesa de Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, o ex-presidente ficará em silêncio se for convocado a depor nesta semana na Polícia Federal. Bolsonaro recebeu uma intimação para responder às perguntas dos policiais na quarta-feira (3), mas sua defesa informou à PF que ele não poderia comparecer, já que seu advogado não estava em Brasília no momento da intimação.
Assim, um novo dia e horário serão marcados para o depoimento. O defensor afirma que Bolsonaro irá depor o quanto antes, mas que precisam ter acesso aos autos.
A Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão contra o ex-presidente por indícios de que os dados de sua vacinação no SUS foram fraudados para que pudesse receber a imunização contra a Covid-19 e entrar nos EUA no final do ano passado.
“Bolsonaro vai exercer, por enquanto, o direito de ficar calado”, afirma o advogado.
Segundo Cunha Bueno, o ex-presidente está sendo “coagido a ficar quieto” pelo absurdo de a Polícia Federal executar uma ordem de busca e apreensão na casa dele às 7h e, na sequência, marcar um depoimento para menos de três horas depois, sem que os advogados tenham tido acesso aos autos.

“Eu sou um advogado que raramente orienta um cliente a fazer uso do direito que todos têm ao silêncio”, afirma Cunha Bueno. “Mas querer botar calor, não deixar que a defesa conheça os autos antes de a pessoa depor, não nos deixa outra opção”, segue.
O advogado Cunha Bueno está questionando a operação de busca e apreensão realizada na casa de Bolsonaro em Brasília, alegando que os fatos investigados não seriam contemporâneos, como exige a lei para que uma busca seja realizada.
A ação resultou na prisão de auxiliares de Bolsonaro, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e Max Guilherme, além do cumprimento de 16 mandados de busca e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro pela Polícia Federal.
“Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores”, informa a instituição.
Bolsonaro sempre afirmou que nunca tomou vacina.
Segundo a Polícia Federal, as medidas foram adotadas com o objetivo de buscar provas sobre uma “associação criminosa constituída para a prática de crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde”.
A investigação aponta que os envolvidos teriam realizado essas inserções fraudulentas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, com o intuito de possibilitar que os beneficiários emitissem um certificado de vacinação para viajar aos EUA.









