Da Redação do Blog — A Ambipar (AMBP3), gigante brasileira de gestão ambiental, que está operando a coleta de lixo em Fernando de Noronha, viveu um dia turbulento no mercado financeiro. Nesta quinta-feira (25), a Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma medida cautelar pedida pela companhia e suas afiliadas para se proteger de credores. O movimento fez as ações da empresa caírem mais de 40% no pregão, entrando em leilão, e fecharem em queda de 24%, segundo o Money Times.
Na prática, o pedido significa que a Ambipar e suas subsidiárias não têm condições de pagar suas dívidas agora. A companhia não informou o prazo de proteção, mas, segundo o Pipeline, a blindagem teria validade inicial de 30 dias. O objetivo é ganhar tempo para negociar alternativas com os credores.
Em comunicado, a empresa disse que a situação foi agravada por operações com derivativos ligados a títulos verdes internacionais, que sofreram forte desvalorização. O grupo, que acumula dívida líquida de quase R$ 6 bilhões, pediu ainda a suspensão de contratos que poderiam antecipar vencimentos.
A crise vem acompanhada de mudanças no alto escalão: o diretor financeiro João Arruda deixou o cargo, e Pedro Borges Petersen renunciou à diretoria de Relações com Investidores. Além disso, a Ambipar enfrenta investigação da CVM sobre recompra de ações, em meio a críticas de que a cotação pode ter sido inflada artificialmente em 2024.
Como noticiamos mais cedo, a Ambipar, contratada pelo Governo de Pernambuco para realizar a coleta de lixo e a limpeza urbana em Fernando de Noronha, foi notificada pela administração da ilha por falhas graves na prestação do serviço, incluindo o acúmulo de entulhos em vias públicas e a operação precária da usina de reciclagem.








