De O Globo – O ex-presidenciável do PDT, Ciro Gomes, candidato do partido nas eleições de 2018 e 2022, saiu em defesa nesta terça-feira (06) do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, que deixou o governo Lula (PT) após o desgaste causado por investigações contra descontos fraudulentos em aposentadorias. Referindo-se a Lupi, presidente do PDT, como “um homem sério”, Ciro procurou eximir o aliado de culpa e disse que a “responsabilidade política” é de Lula.
A declaração de Ciro, feita durante um encontro com deputados estaduais do PL e do União Brasil na Assembleia Legislativa do Ceará, ocorreu no mesmo dia em que a bancada do PDT na Câmara dos Deputados decidiu deixar a base de Lula, devido ao incômodo com a demissão de Lupi.
Ciro afirmou ainda que o presidente do PDT foi “fritado” e “queimado” por Lula, e novamente criticou a nomeação do antigo “número dois” da pasta, Wolney Queiroz (PDT-PE), para seu lugar. O pedetista questionou “o que Lupi fez de omissão que um secretário-executivo (Wolney) deixou de fazer igual”.
— Quem é o responsável político por essa questão? É o Temer, é o Bolsonaro, é o Lula. Vão transferir para auxiliares? Isso é tentativa de queima de fusível. Queima para proteger a fiação. Lupi, até onde eu sei, e sei muito, é homem sério, de vida simples. Não tem nenhum sinal externo de riqueza — afirmou Ciro.
O ex-presidenciável do PDT também atribuiu responsabilidade aos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) pelo caso, que ficou conhecido como fraude do INSS, referindo-se ao fato de haver investigações sobre descontos indevidos em aposentadorias envolvendo essas gestões. No entanto, segundo Ciro, isto ocorria “na faixa de R$ 200 milhões, R$ 300 milhões por ano, e no governo Lula passou para R$ 3 bilhões”.
Segundo as investigações, associações conveniadas ao INSS fizeram descontos numa média anual de R$ 523 milhões entre 2016 e 2021; em 2023, o valor saltou para R$ 1,3 bilhão. A Polícia Federal (PF) ainda apura o montante que foi descontado indevidamente.









