Por Ricardo Antunes — Há quase 30 anos governado pelo mesmo partido, o Estado de São Paulo pode ter uma mudança brusca nessas eleições. Faltando menos de três meses para o pleito, o candidato tucano, Rodrigo Garcia, aparece bem atrás do líder Fernando Haddad (PT). Por trás desse fato novo, está o “antibolsonarismo”, garante o jornalista João Filho, do Intercept. Conservador, o estado vê agora o antibolsonarismo superar o antipetismo.
Bolsonaro é rejeitado por 64% dos paulistas, enquanto Lula é rejeitado por 51%. Outra vantagem eleitoral em relação a 2018 é o fato de que Haddad tem um perfil mais palatável. Um professor que foi ministro e dialoga com o empresariado tende a ser um esquerdista menos assustador.
Mas o jogo está longe de estar ganho. Os adversários Rodrigo Garcia (PSDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) são pouco conhecidos pelo eleitorado paulista, mas têm potencial para crescer nas pesquisas e conquistar uma vaga no segundo turno. Com a recém aliança firmada com o União Brasil, Garcia terá quase o dobro do tempo de exposição no horário eleitoral gratuito na TV e no rádio em relação aos seus principais adversários.
Com o apoio do PSD de Kassab, Tarcísio terá mais tempo que Haddad. Mas o espaço para crescimento de Tarcísio é pequeno, já que Bolsonaro é o pior padrinho político no estado. Quase 70% dos paulistas afirmam que não votarão em um candidato indicado por ele de jeito nenhum.
FALTOU
Chamou a atenção a ausência da primeira-dama no encontro de Bolsonaro com 5 mil mulheres evangélicas da Assembleia de Deus no MA. A agenda era vista como simbólica em razão do baixo desempenho do presidente no eleitorado feminino.

CONSTRANGIMENTO
Mas o distanciamento de Michelle Bolsonaro não é novidade. Um assessor do Planalto relatou que, durante reuniões do núcleo de campanha, há um silêncio constrangedor toda vez que um aliado pergunta sobre o papel de Michelle na estratégia eleitoral.
CONTRIBUIÇÃO
Em reunião de sua Executiva na semana passada, o PSDB decidiu fazer uma contribuição financeira “simbólica” à campanha presidencial da senadora Simone Tebet (MDB). O partido destinará “até” 2,5% de seu fundo eleitoral para o esforço de eleger a emedebista, ou cerca de R$ 8 milhões no máximo.
BOICOTE
Por outro lado, caciques do MDB lançaram uma ofensiva para rifar a candidatura de Simone Tebet. Um grupo formado por ex-governadores se reunirá com Lula na próxima segunda para acertar os palanques estaduais em que estarão juntos.

APOIOS
Entre os apoios, está o senador Eduardo Braga, no Amazonas, e Renan Calheiros, em Alagoas. Também foi acertado que PT e MDB estarão juntos no Maranhão, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Pará, Piauí, Pernambuco e Paraíba.
PÁREO DURO
Luiz Henrique Mandetta, que chegou a ter 76% de aprovação quando foi ministro da Saúde, teve seu nome lembrado para a disputar a presidência, mas decidiu ficar em Mato Grosso do Sul, para disputar cadeira no Senado. Uma eleição muito dura contra a ministra Tereza Cristina.
VIOLÊNCIA
PSDB, PT e PSB querem suspender porte de armas nas eleições após assassinato de petista. Requerimento para que proposta seja analisada com urgência já conta com 136 deputados signatários.
MARCHA-À-RÉ
Antes resistente, PSOL agora aceita Marina como vice de Haddad para o governo de SP. Pesquisas qualitativas feitas pela pré-campanha de Haddad ajudaram na mudança de posição, por terem constatado que Marina amplia o apelo de Haddad junto à classe média de centro, evangélicos e ambientalistas.

SUPERLUA
Uma noite para olhar para alto. Nesta quarta (13), a “Superlua dos Cervos” iluminou o céu em todo o Brasil. Em Olinda, no Grande Recife, telescópios facilitaram a observação do fenômeno, considerado o “maior do ano”.
DOS CERVOS
Essa “superlua” tem esse nome por causa da época do ano em que crescem as galhadas dos cervos, segundo uma tradição indígena do Canadá.
FOTO DO DIA:
