Por Ricardo Antunes — O presidente Jair Bolsonaro tem convidado seus ministros para participar das manifestações no Dia da Independência. No entanto, apenas os ministros ideológicos confirmaram presença, informa O Antagonista.
Segundo o Estadão, o ministro João Roma (Cidadania) planeja passar o feriado em família, no interior da Bahia, onde costuma descansar. Auxiliares do ministro Paulo Guedes (Economia) apostavam que ele não comparecerá, “por não ter o perfil de quem participa de atos como o planejado”.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que costuma frequentar encontros com ministros, disse que a manifestação “não é assunto do BC” e que tem uma reunião familiar agendada. Marcelo Queiroga (Saúde) viajou para a Itália, onde se reúne com seus pares do G-20, e só volta na quarta-feira, um dia após os atos.
O ministro Braga Netto (Defesa), parceiro de Bolsonaro no desfile militar, não havia decidido sua agenda. Por enquanto, só confirmaram presença Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência).
DE OLHO
O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos diz estar preocupado com as ameaças contra o STF. A entidade afirmou que estará “acompanhando de perto” os atos marcados para 7 de Setembro.

TENSÃO
O próprio STF tenta apaziguar os ânimos. Luiz Fux mantém contato frequente com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, por exemplo, para tentar expandir os canais de diálogo com o tribunal para além da Presidência. Já o ex-presidente Michel Temer, é mais realista: “antes de pacificar o país, há de se pacificar Bolsonaro”, disse a interlocutores.
PRECAUÇÕES
Bolsonaro promete uma manifestação pacífica. Mas, por via das dúvidas, o policiamento do Sete de Setembro em Brasília mudou a rotina da capital federal. Diante da perspectiva de confrontos e de episódios de violência, a Secretaria de Segurança do Distrito Federal fechou o trânsito na Esplanada dos Ministérios.
DIFERENCIAÇÃO
De olho em 20222, o MBL realizará ato contrário ao governo no dia 12. O movimento adotou o branco como cor símbolo do protesto pelo impeachment de Bolsonaro. O MBL tradicionalmente usa o amarelo, mas agora busca destacar as diferenças com os bolsonaristas.
FUSÃO
Falando em 2022, a possível fusão entre DEM e PSL poderá ser anunciada no próximo dia 21, durante uma coletiva em Brasília. A ideia é que Luciano Bivar, do PSL, fique com a presidência da nova legenda. Antonio Rueda, vice de Bivar, ficaria com a tesouraria e ACM Neto, do DEM, ocuparia a secretaria-geral ou indicaria um nome para a função.

APOIO
José Luiz Datena apoia a possível fusão entre PSL e DEM. “Seria uma ótima fusão: são dois grandes partidos e a decisão viria em um momento certo”, diz o apresentador. Hoje, José Luiz Datena é pré-candidato ao Planalto pelo PSL. No DEM, além de Rodrigo Pacheco, que negocia com o PSD, está colocado o nome de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde. “Os dois [nomes do DEM] seriam ótimos candidatos. Pacheco ou Mandetta me ajudaria muito como vice.”
PROJEÇÕES
Apesar de todos esses nomes para a terceira via, o mercado financeiro já trata a vitória de Lula como o “cenário-base”, diz o Valor. Isso tem levado instituições financeiras a procurar o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para saber qual será o posicionamento de Lula em termos de política econômica.
”DESPIORA”
Com a vacinação de maiores de idade quase completa, o Governo Federal esperava uma “despiora” da economia, e consequentemente, uma melhora nos índices de aprovação da gestão. No entanto, a crise hídrica e energética, já começa a pressionar a inflação, e preocupa o Planalto.

SECA
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, inclusive, veio a público avisar que a crise hídrica “não vai se resolver tão cedo. “Nossos reservatórios estão em níveis baixos e ficarão ainda mais baixos até o fim do ano. As coisas não vão se resolver em dezembro, muito menos em abril de 2022.”
HIERARQUIA
Às vésperas das manifestações em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no 7 de setembro, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou nesta segunda-feira (6) que os policiais militares que descumprirem as normas de hierarquia da instituição durante sua participação nos atos poderão ser punidos.
SERENIDADE
“Não vamos admitir em nenhum momento a politização das nossas polícias e das forças de segurança. Então, eu espero que haja serenidade e responsabilidade de todos os que vão participar de protesto amanhã”, disse o governador, em entrevista à rádio CBN Recife.
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