Do G1 PE – O trabalho de monitoramento com drone da Praia do Sueste começou em . Foi nesse local que, na sexta-feira (28), uma menina de 8 anos foi atacada por um tubarão. Até esta segunda-feira (31), houve sete sobrevoos, mas não foram encontrados tubarões-tigre, espécie indicada por especialistas como responsável pelo ataque.
O cinegrafista e mergulhador Fábio Borges faz o trabalho voluntário de monitoramento. O profissional atendeu a uma solicitação do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pelo Parque Nacional Marinho, área onde está localizada a Praia do Sueste. Foram monitorados 18 quilômetros, resultando na produção de duas horas de imagens.
“Até o momento, fiz sete sobrevoos, em horários diferentes, e só deu para ver tartarugas. Foi possível percorrer toda a área da Baía do Sueste, até um pouco além, em frente ao canal. É possível ver bem, a água é muito clara. Se tivesse um tubarão de grande porte, apareceria”, disse Borges.
“Dá para identificar um tigre pelo formato do corpo e da cabeça. É possível identificar o animal entre as espécies mais frequentes nesta enseada. Nós temos o tubarão-limão, o tubarão-tigre e, eventualmente, o lambaru, que é o tubarão-lixa. É fácil identificar o formato do corpo das três espécies”, contou.
Fábio Borges já fez o primeiro relatório com as informações iniciais e encaminhou os dados para o ICMBio. Segundo o cinegrafista, o serviço vai ser feito enquanto o instituto achar necessário.
Ele mora em Fernando de Noronha há mais de 20 anos e disse ser muito interessado pelos assuntos ambientais, por isso colabora com pesquisas realizadas na ilha.
“Quando ocorre um acidente como esse, circulam conceitos errados. Algumas pessoas falam que a quantidade de tubarões é muito grande e que esses animais oferecem riscos. Não há desequilíbrio. Num local como Noronha, se não tivesse tubarões, seria extremamente preocupante. Seria um sinal de que a proteção ambiental não estaria dando resultado”, explicou..
Nesta segunda-feira (31), a direção do ICMBio de Fernando de Noronha realizou outra reunião com os pesquisadores de tubarões Léo Veras, do Instituto Museu dos Tubarões, e André Afonso, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
A chefe do instituto na ilha, Carla Guaitanele, afirmou que ainda não há definição sobre novas medidas a serem implantadas para evitar novos ataques de tubarão. Ela contou que a Praia do Sueste segue fechada para a visitação e não há previsão para reabertura do local.
A menina atacada pelo tubarão, que não teve o nome divulgado, foi atendida no Hospital São Lucas, em Noronha. Depois, foi transferida, em um avião de salvamento equipado com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea, para o Hospital Português, no Recife.
A Administração da Ilha informou que, quando a paciente saiu de Noronha, o estado de saúde dela era grave. A família da criança não autorizou o referido hospital privado localizado na capital pernambucana a divulgar informações sobre o estado de saúde da menina.