Da Redação do Blog — Em depoimento à CPI das invasões do 8 de janeiro nesta quinta-feira (24), o sargento Luís Marcos dos Reis, ex-assessor de Jair Bolsonaro, admitiu ter pago um boleto escolar da filha do ex-presidente, mas se recusou a dar mais detalhes sobre o assunto (veja diálogo abaixo).
Luís Marcos dos Reis foi convocado pela CPI por suspeita de envolvimento no financiamento dos atos de janeiro. Segundo o Coaf, ele movimentou cerca de R$ 3 milhões em um ano e meio, tendo um salário mensal médio de R$ 13 mil.
A colunista do g1 Andréia Sadi já havia antecipado que, no depoimento, Reis confirmaria pequenos pagamentos para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No entanto, ao ser questionado pelos parlamentares, ele negou inicialmente ter feito depósitos nas contas de Bolsonaro e Michelle. “Eu, pessoalmente, nunca fiz nenhum depósito. Nem na conta da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, nem na conta do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.”
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Veja como foi o diálogo
“O senhor fez algum pagamento ou não, a pedido do presidente da República [Bolsonaro]? Não estou falando de valores”, perguntou o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA).
“Não. Do presidente da República, não”, respondeu o militar.
“De interesse dele, sim?”, insistiu o deputado.
“Do presidente da República, não”, repetiu Luís Marcos dos Reis.
“Da senhora Michelle Bolsonaro, o senhor fez algum pagamento?”, indagou Rubens Pereira Júnior.
“Não”, respondeu.
“De qualquer que seja o valor?”, continuou o deputado.
“Eu recebia quando era, vamos dizer assim, para fazer… Um exemplo”, iniciou o militar.
Rubens Pereira Junior, então, pressionou: “Pequenos pagamentos?”.
“Já fiz”, reconheceu o militar.
“O senhor acabou de dizer que não fez. O senhor fez ou não fez?”, questionou o deputado petista.
“Estou falando aqui. Fiz um pagamento de boleto da filha do presidente, do colégio que ela estudava”, revelou Luís Marcos dos Reis.
Questionado, então, se o pagamento foi feito com dinheiro próprio, o militar disse que ficaria em silêncio.