A Copa do Mundo FIFA de 2014 e Felipão fazem parte do passado. E, assim como eles, a esperança e a euforia de um desenvolvimento econômico social e de infraestrutura, tão amplamente prometido pelos agentes públicos de diversas correntes políticas, e, divulgado na grande mídia.
O país do futuro e do futebol, tinha se transformado no Brasil do presente, anfitrião do mundial, próspero e desenvolvido. Grandes obras estruturadoras para os pernambucanos e brasileiros seriam parte da herança de benfeitorias que sediar este evento iria deixar como legado. O povo vai ter sim sua herança, que está na fase inicial de inventário nos tribunais de Justiça, e nas procuradorias regionais, com operações diversas. Só não sabemos ainda, se será uma herança positiva para o povo ou uma herança maldita, como previam os cidadãos mais bem informados e de boas intenções.
A Cidade da Copa, um sonho para o desenvolvimento da região de São Lourenço da Mata, virou apenas especulação imobiliária de construtoras S.A, parceiras da gestão público-privada.
Os problemas de congestionamentos, são mais graves no retorno dos jogos, com difícil solução a curto e médio prazo, por um motivo previsível em qualquer obra planejada para as pessoas, a volta de milhares de torcedores no mesmo horário por dois únicos caminhos; o Metrô e através da única estrada de retorno ao Recife, insuficientes para em um curto período, deslocarem 40 mil pessoas na volta pra casa.
O transporte coletivo é atualmente o mais viável, devendo ser estimulado e ampliado para melhorar a fluidez e reduzir o uso do carro. O deslocamento de bicicleta pelas ciclovias não é viável nas longas distâncias, porém seria usado na integração com o transporte fluvial, alternativa viável a médio prazo para amenizar os problemas, principalmente, por ser um modal de transporte, também utilizado para lazer ou turismo. Os barcos poderiam ser utilizados durante a semana no projeto fluvial de mobilidade do Recife e, funcionariam no trajeto até a Arena apenas nos dias de jogos e finais de semana, projeto fluvial que até o momento não foi realizado no Recife, e depois do veto do governo federal, estados e municípios estão impedidos de contratarem empréstimos nos bancos nacionais e internacionais. Muitas obras prometidas para a mobilidade sustentável, ficaram no papel e os gastos acabaram superiores aos estipulados inicialmente.
Cientes da responsabilidade de nossos governantes, cremos que a mobilidade na Arena deve ser garantida aos torcedores. Sob risco do estádio virar um elefante branco, a Arena Pernambuco precisa ser acessível sempre, em todos os eventos que sedia.
Desde que transferiu seus jogos para a Arena, o Clube Náutico Capibaribe, amarrado a um contrato de 30 anos, o Sport Clube do Recife e Santa Cruz Futebol Clube, acenderam a luz amarela de ” ATENÇÃO ” , e reivindicam algo necessário; que o Governo do Estado cumprindo seu dever para com os cidadãos, garanta transporte público com dignidade, organização do trânsito e segurança, para que a população possa acompanhar os eventos na Arena Pernambuco. Seguindo o modelo da superstição no futebol, se é verdade que a torcida influencia o resultado das partidas, o pernambucano precisa torcer muito para que, fora do campo, tudo dê certo, sem grandes vexames.







