Por Ricardo Antunes — O artista brasileiro Rodrigo Ribeiro Saturnino foi vítima de xenofobia em Portugal, depois que expôs uma bandeira com os dizeres: “Não foi descobrimento, foi matança”, em referência à colonização portuguesa no Brasil. A peça faz parte da amostra Interferências do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia de Lisboa (MAAT). “As pessoas acabam de alguma forma atacando o meu trabalho e atacando a minha obra de uma forma muito agressiva, com muito ódio e muita xenofobia”, declarou Saturnino, em entrevista ao Globo.
Ele, que define seu trabalho como decolonial e antirracista, mora em Portugal desde 2007, quando se mudou para fazer um mestrado. O artista é conhecido como ROD e compartilhou a bandeira em suas redes sociais. Ele revelou que vem recebendo ofensas por isso. O português Bruno Felipe Costa, do partido conservador CDS-PP, foi às redes sociais para dizer que considera a obra do brasileiro “uma vergonha e uma ofensa a Portugal e à sua história”.
Um professor de Direito da Universidade de Lisboa, também pelas redes, escreveu que o MAAT “exibe exposições de lixo ideológico odioso e que são um insulto para Portugal”. Além disso, pediu que as pessoas boicotem o museu de arte.
O brasileiro tem mais três peças na exposição. Em outra ele também aborda o tema colonização, muito delicado entre os portugueses. Um vídeo mostra a implosão do Padrão dos Descobrimentos, monumento em Lisboa, que celebra personagens históricos da expansão marítima portuguesa.

ESTRATÉGIA
Repetindo estratégia de José Serra há 20 anos, Bolsonaro deve utilizar o palanque de sua convenção, no domingo, para associar Lula à Argentina. O país vive um grave quadro inflacionário.
AMÉM
No mesmo evento, a primeira-dama, Michele Bolsonaro, fará acenos a dois eleitorados importantes: o evangélico e as mulheres. Como uma forma de fortalecer o vínculo dos religiosos ao pré-candidato, Michelle deve fazer até uma oração durante sua fala.
PROTESTO
Enquanto isso, movimentos sociais de esquerda que organizaram atos nacionais contra o presidente e decidiram retomar as manifestações de rua em 6 de agosto e 10 de setembro para mobilizações nacionais.
MOTE
O mote dos atos não será mais o impeachment do presidente, mas sim a defesa da democracia e das eleições livres, contra a violência política.

BATEU LEVOU
Em entrevista, o ex-presidente Michel Temer afirmou que a Dilma Rousseff é “honestíssima” e que o impeachment ocorreu “porque ela não soube dialogar com o Congresso”. A petista não gostou. Disse que Temer tenta “limpar a condição de golpista” e que “a história não perdoa traição”.
TIROTEIO
Integrantes da “ala lulista” no MDB avaliam que foi um erro de Dilma virar a artilharia contra Temer justamente no momento em que o ex-presidente e ex-vice de Dilma tinha sido escalado pela sigla para construir um acordo a Lula.
BOMBOU
O lançamento da candidatura de Ciro Gomes à Presidência impulsionou o número de buscas pelo nome do pedetista no Google. Segundo o Trends, plataforma da empresa que mensura os dados pesquisados, a procura pelo nome do candidato cresceu 315% em 24 horas.
PCC
O Exército Brasileiro admitiu ter liberado a compra de um fuzil por um integrante da facção criminosa PCC, o Primeiro Comando da Capital, mesmo tendo uma ficha corrida com 16 processos criminais —incluindo homicídio qualificado e tráfico de drogas.

LIBEROU GERAL
O valor das armas supera R$ 60 mil, e foi facilitado pela legislação do atual governo, que facilitou a compra de armas. O caso só foi descoberto, porque o criminoso foi alvo de uma operação da PF.
APOSENTADORIA
Ana Arraes, presidente do TCU, pediu aposentadoria do órgão. A ministra completa 75 anos dia 28 deste mês e pela lei tem de solicitar a aposentadoria compulsória.
NOMEAÇÃO
O ministro Bruno Dantas vai presidir o tribunal, a partir da próxima segunda. Enquanto isso, a disputa para a vaga de Ana Arraes, já começou na Câmara do Deputados. A nomeação é feita pelo presidente da República.
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