Por Luiz Roberto Marinho – Pivô do mais novo embate entre o presidente da Assembleia Legislativa (Alepe), Álvaro Porto (PSDB), e a governadora Raquel Lyra (PSD), o secretário-executivo de Informações Estratégicas do governo, Manoel Medeiros Neto, afirma que as denúncias que fez sobre supostas irregularidades no gabinete da deputada Dani Portela (PSOL) fazem parte do exercício da cidadania.
Acusado por Porto e Dani Portela, no plenário da Alepe, nesta quarta-feira (20), de chefiar uma “milícia digital”, Manoel Medeiros Neto divulgou nota na qual diz que usou o anonimato para preservar sua integridade. “Trata-se de um meio garantido pelas leis brasileiras”, salienta. Ele revelou ainda que vai pedir proteção policial.
Acentua que elaborou as acusações fora do expediente no governo e num shopping center. “Fui invadido e exposto simplesmente por denunciar um possível esquema de corrupção”, escreveu, enfatizando ter sido ilegal a investigação feita sobre ele pela Polícia Legislativa.
Confira a nota na íntegra:
“NÃO ME INTIMIDAREI À VELHA POLÍTICA
O combate à corrupção está no meu DNA. Exercer livremente a cidadania é uma conquista da Constituição, expressada na garantia do estado democrático de direito. Como jornalista, esse sempre foi o meu caminho. É e continuará sendo.
Nesse âmbito, recebi com surpresa o fato de a Polícia Legislativa do Estado de Pernambuco ter sido acionada para me investigar – simplesmente porque, repito, no exercício da minha cidadania, levantei e solicitei aos órgãos competentes apuração sobre indícios de irregularidades.
Utilizei o anonimato para, obviamente, preservar a minha integridade. Trata-se de um meio garantido pelas leis brasileiras. Tudo isso fora do horário de expediente e nas dependências de um shopping center, como expuseram os dados da investigação legislativa a que fui ilegalmente submetido.
Fui invadido e exposto simplesmente por denunciar um possível esquema de corrupção.
Diante das ameaças veladas, das acusações levianas e da tentativa de criminalizar o livre exercício da minha cidadania e do meu ofício jornalístico levantadas hoje pelo presidente do Poder Legislativo estadual, no plenário da Casa de Joaquim Nabuco, me posiciono rechaçando as tentativas de intimidação e – mais importante – sublinhando a necessidade de proteção à minha integridade física – e dos meus.
Por fim, tenho a confiança de que as denúncias serão apuradas como se deve. Pernambuco não se dobrará à velha política. A intimidação – típica dos tempos de regimes totalitários – precisa ficar para trás.
Manoel Medeiros Neto”