A mulher assassinada a tiros ao sair de um restaurante no Recife, na quinta-feira (29), era ativista de direitos humanos e ajudava parentes de presos. A morte de Emanuelly Carolina Barbosa Fragoso, de 33 anos, foi filmada por câmeras de segurança.
“A gente sabia que ela corria riscos por causa da atividade”, afirmou, nesta sexta (30), Wilma Melo, que também atua na área e era amiga da vítima.
O assassinato ocorreu por volta das 14h de quinta, na Rua Inácio Galvão dos Santos, no bairro da Encruzilhada, na Zona Norte da cidade. Vídeos enviados ao G1 mostram dois homens disparando vários tiros em Emanuelly Carolina, que morreu na hora.
Segundo Wilma Melo, presidente do Serviço Ecumênico de Militância nos Presídios (Simpre), mesmo jovem, Carol, como ela era conhecida, era “muito atuante” na área de direitos humanos.
“Ela fundou o Canta Liberdade, um grupo que recebia denúncias pelo WhatsApp de familiares de presos. Atuava com foco na luta dessas pessoas por melhores condições nos presídios. Era uma guerreira”, disse.

Melo lembrou que Emanuelly atuou em uma confusão recente no presídio de Itaquitinga, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. “Há uns dois anos, houve um problema. A gente conversou muito sobre os riscos”, comentou.
Nas redes sociais, amigos e colegas lamentaram a morte de Carol. “É com muita dor e indignação que comunicamos o falecimento de Emmanuelly Carolina. Carol era Defensora incansável pelos direitos humanos, era sobrevivente do cárcere e familiar de pessoa privada de liberdade”, escreveu uma pessoa, na página do grupo canta Liberdade.
Na mesma postagem, a pessoa disse que ela era “importante referência da luta antiprisional e contra a tortura no cárcere”. Os amigos postaram as hashtags “Carol Presente!” e “Justiça por Carol”.
No Instagram do grupo Canta Liberdade, Carol postou imagens registradas no restaurante onde almoçou, pouco antes de ser assassinada. Na segunda (26), ela publicou um vídeo falando sobre a liberação de visitas de parentes de presos no estado, por causa da pandemia.







