Com dinheiro curto em função do fim das doações empresariais milionárias e um fundo público eleitoral limitado a ser rateado entre todos os partidos, os candidatos a presidente, governador, senador e deputado enfrentam outro desafio em tempos de forte desconfiança dos eleitores: convencê-los a participar do financiamento coletivo com doações voluntárias, as chamadas vaquinhas virtuais pela internet ou crowdfunding.
O pré-candidato a presidente João Amoêdo (Novo) saiu na frente dos concorrentes. Em dois dias, 607 pessoas de 23 estados doaram R$ 80,3 mil, média de R$ 132 por doador. Manuela D’Ávila (PCdoB) ficou em segundo lugar, com R$ 34,6 mil arrecadados. A meta do partido é captar R$ 150 mil nos próximos meses. “Ajude a Manu a levar as propostas do PCdoB para todo canto do Brasil”, diz a pré-candidata na página com o link para doações.
Álvaro Dias (Podemos) foi o terceiro. Mobilizou 20 doadores até a última sexta-feira e obteve R$ 1,8 mil. Em quarto lugar, Geraldo Alckmin captou para o PSDB, não para sua candidatura, cerca de R$ 1 mil no primeiro dia.
A performance do Novo se explica porque o partido decidiu não usar recursos públicos dos fundos partidário e eleitoral e já tinha experiência em captar doações voluntárias. Com a vaquinha virtual, a sigla conseguiu uma reserva extra de cerca de R$ 300 mil para a campanha.
— Fiz um videozinho dizendo que o Novo é o único partido que não irá usar recursos públicos na campanha e que esse dinheiro deveria ir para os hospitais e a segurança. As pessoas querem ser doadoras voluntárias e não compulsórias, como acontece no financiamento público. A doação voluntária deixa o eleitor mais comprometido com o projeto do Novo — diz Amoêdo.
A lei prevê que podem ser criadas duas contas de captação: uma específica para os candidatos e outra para o partido, que pode distribuir o valor arrecadado entre seus candidatos. Quando a conta é do candidato, em caso de desistência, morte ou impugnação, o dinheiro doado é devolvido para o doador. Por isso, a maioria dos pré-candidatos está criando plataformas em nome dos partidos.
Leia mais: Atrás nas pesquisas, Manoela D’Ávila e João Amoedo lideram arrecadação na internet – O Globo






