Por Mauro Cezar Pereira, do UOL – Rumores de que uma reunião de emergência na Conmebol após os episódios de violência no Rio de Janeiro são desmentidos pela própria entidade. Segue a programação normal.
A confederação adotou o formato de final única em suas competições há quatro anos. Fluminense x Boca Juniors será a quinta decisão de Libertadores disputada em uma peleja.
Mas jamais ocorrera um cenário no qual um dos finalistas é da cidade escolhida antecipadamente para abrigar o cotejo. Caso do time tricolor, que, inclusive, manda seus jogos no Maracanã.
O palco da peleja não é, em tese, o maior problema, mas sim todo e qualquer ponto do Rio de Janeiro onde torcedores dos dois clubes se encontrem. As consequências são inimagináveis.
Desde terça-feira, tricolores perseguem e batem em pessoas identificadas como torcedores do time argentino. O feriado de quinta foi marcado por brigas diversas em Copacabana.
Numerosos grupos de hinchas argentinos estão a caminho do Rio de Janeiro, entre eles, os mais violentos. Na quarta-feira um dos líderes de La 12, a barra brava do Boca, mandou recado.

“A barra (torcida) do Fluminense está obrigada a brigar com a do Boca quando chegarmos ao Rio de Janeiro. Nos esperem. Quando chegarmos, que venham. Vamos defender toda a torcida do Boca. Barra tem que brigar com barra, não com pessoas comuns”, disse Marcelo “Manco” Aravena em entrevista ao jornalista Flavio Azazaro.
Mas quem seria Manco Aravena? Um dos líderes de La 12, próximos aos capos da barra, Mauro Martín e o lendário Rafael Di Zeo, que inclusive deseja se tornar presidente do Boca Juniors.
Como eles, Manco já cumpriu pena. Foram 12 anos, acusado de assassinar Walter Vallejos (19 anos) e Angel Delgado (25), torcedores do mair rival, River Plate, em 1994. Também já esteve preso por extorsão, roubo e venda de drogas.
O jornalista Gustavo Grabia autor do (ótimo) livro La 12, sobre a barra brava do Boca, escreveu que cerca de 400 integrantes estarão no Rio de Janeiro e viajam por dois caminhos. Os líderes. Di Zeo e Martín, e aqueles que os cercam, na madrugada do sábado em voo fretado com quase 100 hinchas.
Segundo Grabia, o grupo deve desembarcar às 5 horas da manhã, se hospedando em bons hoteis as principais lideranças. Os demais ficarão em lugares mais modestos e a maioria vem de ônibus, tendo partido de Buenos Aires quarta-feira e sendo esperados no Rio ainda na sexta.
Então veremos o que acontecerá. E até quando a Conmebol se comportará como se nada estivesse acontecendo.