Da Redação do blog – Conforme nosso blog antecipou ontem (9), com exclusividade, a Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE ) e tornou réu os seis seis policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos na ação que deixou dois homens mortos na comunidade do Detran, na Iputinga, Zona Oeste do Recife, em 20 de novembro de 2023.
A prisão preventiva dos PMs também foi decretada na tarde desta quarta-feira (10), e também foi divulgada pelo jornalista Raphael Guerra, do Jornal do Comércio.
Confira:
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e tornou réus os seis policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envolvidos na ação que deixou dois homens mortos na comunidade do Detran, na Iputinga, Zona Oeste do Recife, em 20 de novembro de 2023. A prisão preventiva dos PMs também foi decretada na tarde desta quarta-feira (10).
“A dinâmica dos fatos ora apurados demonstra, em análise incipiente, violência e frieza justamente por parte de quem deveria promover a segurança, ante a condição de policiais militares dos acusados. A gravidade em concreto do fato, o que se colhe pela condição de policiais militares, as circunstâncias em que o fato se deu, conforme vídeo que instrui o feito, tudo denota a necessidade decretação da medida extrema da prisão preventiva”, diz a decisão judicial, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.

“A violência que culmina com homicídios, mormente quando se tem como acusados policiais militares, a quem cabe o mister de zelar pela vida e segurança da população, guardiões da ordem e da paz sociais, deve ser considerada circunstância que determina a pronta intervenção do estado pela via da prisão preventiva”, aponta outro trecho.
A denúncia do MPPE foi enviada à Justiça na semana passada. Apesar de o inquérito conduzido pela Polícia Civil apontar que o duplo homicídio foi praticado por legítima defesa, o grupo de promotores que analisou as provas concluiu que as vítimas não reagiram à ação dos PMs.
Respondem pelo crime de homicídio qualificado (sem chance de defesa das vítimas) os policiais militares Carlos Alberto de Amorim Júnior, Ítalo José de Lucena Souza, Josias Andrade Silva Júnior, Brunno Matteus Berto Lacerda, Rafael de Alencar Sampaio e Lucas de Almeida Freire Albuquerque Oliveira.
PROVAS APONTADAS PELO MPPE
De acordo com a denúncia do MPPE, na noite do crime os policiais militares deveriam ter se dirigido para a sede do 11º Batalhão, no bairro de Apipucos, mas “deixaram de desempenhar a missão que lhes foi confiada, e seguiram, em três viaturas, com destino à área totalmente diversa da que deveriam seguir”.
A denúncia apontou que o PM Carlos Alberto foi o responsável por arrombar a porta de entrada da casa. “No interior do imóvel, os denunciados renderam as pessoas que ali se encontravam, retiraram do local mulheres e crianças. (…) Cumpre destacar que as testemunhas relataram que, ao saírem do imóvel, as vítimas Bruno e Rhaldney estavam rendidas e desarmadas, de tal sorte que não teriam qualquer possibilidade de reação contra os denunciados”, disse o texto enviado à Justiça.
Uma câmera de segurança filmou o momento em que os PMs invadiram a casa e a movimentação na área externa. Depois foram ouvidos os tiros. Por fim, dois corpos enrolados em lençóis são retirados e levados nas viaturas.









