Da Redação do Blog — Em um evento realizado em Belo Horizonte na última segunda-feira (28), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou sua oposição ao aborto, à legalização das drogas e às questões de gênero. Esses são exatamente os mesmos tópicos que membros da oposição têm levantado como forma de desviar a atenção dos escândalos e investigações envolvendo Bolsonaro.
Amanhã, quinta-feira (31), Bolsonaro será interrogado pela Polícia Federal pela quinta vez, desta vez em relação às joias e presentes que recebeu durante seu mandato.
Muitos consideram isso como uma manobra deliberada para distrair da situação em questão, criando uma cortina de fumaça. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) expressou essa opinião.
Os apoiadores de Bolsonaro têm se concentrado cada vez mais em questões relacionadas a valores sociais e têm evitado discutir as investigações em curso contra o ex-presidente. Eles percebem isso como uma estratégia para abordar a flexibilização do aborto, do uso de drogas e das questões de gênero.

Os defensores do governo veem essa ênfase nos temas de costumes como uma estratégia antiga usada pelo bolsonarismo durante crises passadas. No entanto, alguns acreditam que a sociedade e a imprensa já estão cientes dessa tática.
O presidente Bolsonaro enfrenta questões pendentes, como a venda de joias e relógios de luxo recebidos como presentes da Arábia Saudita, a acusação de um hacker sobre fraude nas urnas eletrônicas e suspeitas de apoio a um golpe. Nesta quinta-feira (31), ele e sete aliados serão interrogados simultaneamente pela PF para evitar combinação de versões nos depoimentos.
A oposição argumenta que essas questões são uma distração para encobrir as investigações em andamento. A oposição também menciona temas como aborto, drogas e questões de gênero, enquanto os governistas veem isso como uma estratégia para desviar o foco dos problemas reais. O presidente Lula é acusado de “estelionato eleitoral” por mudar de posição em relação à legalização das drogas e ao aborto após a campanha eleitoral.
Há discordâncias sobre a forma como o governo está lidando com essas questões e a oposição se posiciona de forma combativa em relação a essa agenda. A senadora Damares Alves defende o aborto como uma questão de saúde pública, enquanto o deputado Eli Borges critica a falta de discussão adequada sobre temas de valores sociais na Câmara.