Por Metrópolis– No fim de semana, milhares de cubanos foram às ruas contra o governo pedindo “liberdade” e criticando a piora da pandemia de coronavírus no país e a falta de vacinas. O mandatário comentava a situação em Cuba quando afirmou que o Brasil precisa da impressão do voto para não seguir no mesmo caminho.
A conversa de Bolsonaro com apoiadores foi registrada por um canal no YouTube simpático ao presidente.
O titular do Palácio do Planalto tem colocado o voto impresso como condição para legitimar o sistema eleitoral. O de hoje – pelo qual o atual chefe do Executivo nacional foi eleito para consecutivos mandatos como deputado federal – e para presidente da República, em 2018 – tem urnas eletrônicas sem impressão dos votos e, segundo Bolsonaro, permite fraudes.
A Câmara dos Deputados discute uma proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre o voto impresso. O texto, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), estipula a inclusão de um artigo na Constituição Federal para que, “na votação e durante a apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem escalado a retórica contra o atual sistema eleitoral. Na quarta-feira (7/7), o chefe do Executivo federal afirmou que o seu lado “pode não aceitar o resultado” das eleições do próximo ano.
Sem votos para aprovar, a análise da PEC na comissão especial foi adiada para a próxima quinta-feira (15/7). O parecer do relator, deputado Filipe Barros (PSL-PR), é favorável à proposta. O texto ainda precisa passar pelo Plenário da Câmara antes de seguir ao Senado.
O chefe do Executivo federal também questionou pesquisa Datafolha que aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na dianteira nas intenções de voto para as eleições de 2022.
“Ele tem, segundo o Datafolha, 60% das intenções de voto, mas não vai na rua”, disse. Em seguida, Bolsonaro complementou que “ninguém acredita” em pesquisa.